UMA MULHER DE ORAÇÃO

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RIO DE JANEIRO, RJ, Brazil

Colossenses 4:2

Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;

Provérbios 15:29

O SENHOR está longe dos ímpios, mas a oração dos justos escutará.

Atos 1:14

Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.

Romanos 12:12

Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;

Salmos 5:3

Pela manhã ouvirás a minha voz, ó SENHOR; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei.

domingo, 18 de março de 2012

Como Resistir à Tentação





Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim Alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Hebreus 4:15


Foi no deserto que teve lugar a grande luta entre o bem e o mal. Para Adão e Eva, a luta foi travada num jardim. Hoje, esse conflito segue acontecendo na sala de aula, no quarto, no local de trabalho, etc.

Lá no deserto, estavam frente a frente Jesus e o príncipe das hostes do mal. Todas as câmeras do Universo estavam voltadas para a batalha que seria travada. Os anjos também contemplavam a luta. “Todas as forças da apostasia se puseram a postos contra o Filho de Deus. Cristo Se tornou o alvo de todas as armas do inferno” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 116). Foi a grande batalha pelos habitantes da Terra.

A primeira tentação foi direcionada a uma necessidade percebida e sentida: a satisfação da fome. Nesse caso, Jesus poderia usar Seu poder em benefício próprio. A segunda tinha a finalidade de transformar Jesus em um galã, com atuação cinematográfica espetacular, deixando as multidões extasiadas e boquiabertas. Saltaria do templo e um anjo O ampararia no ar. Daí para frente, com toda certeza, a multidão que O acompanhasse ficaria apenas aguardando o espetáculo seguinte. Nessas duas primeiras investidas, o tentador começou com as palavras “se Tu és”.

Finalmente, na terceira tentação, o inimigo fez um oferecimento a Jesus. Ele não precisaria passar pelo caminho do sofrimento, da agonia e da negação para ter o domínio dos reinos da Terra. Bastaria tão somente dobrar os joelhos diante de Satanás. Seria um atalho para a conquista deste mundo.

Temos que pensar na tentação não apenas em termos de fazer o que não devemos, mas de esquecer nossa verdadeira identidade.
A tentação diz: esqueça quem você é só por cinco minutos, um dia, um fim de semana. Não há nenhuma câmera oculta registrando o que ninguém vai descobrir. É só desta vez. Outros também fazem isso. Não vai prejudicar ninguém.

É quando nos esquecemos de quem somos que nos tornamos presa fácil do inimigo. “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é” (1Jo 3:2).

O que Jesus tinha na linha de frente para enfrentar a tentação? “Guardei no coração a Tua palavra para não pecar contra Ti” (Sl 119:11). E isso funcionou perfeitamente

A Parábola dos Talentos








O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco. Mateus 25:16



O famoso violinista Fritz Kreisler (1875-1961) descobriu um violino especial numa de suas viagens, mas naquele momento não tinha dinheiro para comprá-lo. Ao voltar para comprar o instrumento, o violino tinha sido vendido a um colecionador. Kreisler foi atrás do homem para comprar o violino, mas o colecionador disse que aquele era um dos itens mais caros de sua coleção e não podia vendê-lo. Mesmo desapontado, antes de sair, o violinista teve uma ideia: “Será que eu posso tocá-lo antes que fique na coleção, destinado ao silêncio e sem uso?”

O dono da loja permitiu e uma bonita música encheu o recinto. A reação do homem foi imediata: “Não posso guardá-lo para mim”, disse. “É seu, Sr. Kreisler. Leve-o e que as pessoas o escutem.”

A parábola dos talentos fala da expectativa de um senhor diante de três dos seus empregados. Todos receberam talentos. O talento era uma medida de peso que depois passou a ser uma medida de unidade monetária. Era equivalente a 15 anos ou 180 meses de trabalho. No caso de o salário mínimo ser R$ 1.000,00, um talento equivaleria a R$ 180.000,00. Uma boa quantia para investimento.

Na hora da prestação de contas, houve duas aprovações e uma desaprovação. Enquanto dois empregados conseguiram lucro de 100%, o outro ficou em zero.

Quando o senhor voltou para acertar as contas, o empregado disse: “Guardei direitinho, bem escondido! Estava só esperando para entregar de volta o que é seu. Aqui está completo e dentro do prazo. Sou um bom funcionário?” A reação de qualquer pessoa que deixou essa quantia um ano sem fazer investimento seria de indignação. “Se você sabia que eu ia ser duro em cobrar, porque não fez pelo menos uma aplicação de renda fixa? Você teve mais medo de mim do que de se arriscar!”

Hoje falamos que os talentos e as habilidades são um presente de Deus para nós. Que talentos Ele nos deu? Que uso estamos fazendo deles? Seja o nosso tempo, dinheiro, influência, saúde, faculdades mentais, todos são concedidos por Deus e cabe a nós multiplicá-los pelo uso sábio. “O êxito não é resultado do acaso, nem do destino; é a operação da providência de Deus, a recompensa da fé e discrição, da virtude e do esforço perseverante” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 353.

Sempre que surgir uma oportunidade, saiba que você tem o talento para aproveitá-la

Era o Dia da Preparação





Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado. Lucas 23:54


O primeiro pôr do sol na vida de Adão foi o de uma sexta-feira à tarde. Majestoso. Colorido. Relaxante. Era também seu primeiro dia de vida. Deus disse para ele: “Adão, não se preocupe, tudo já está pronto. Tudo está no lugar. Plantas, animais, coisas animadas e inanimadas já foram criadas. Vamos passar este primeiro pôr do sol juntos, como modelo de sua vida daqui para frente.”

Uma vez por semana, Deus ordena que paremos de trabalhar, coloquemos de lado nossas ocupações a fim de nos encontrarmos com Ele. Deixamos, então, de nos preocupar com o dinheiro, com o chefe, com as notas do colégio, com as coisas que precisam ser consertadas ou que não foram terminadas, para dirigir nosso pensamento a Deus. É como permitir que Ele coloque diante de nós um imã gigantesco e faça desaparecer da nossa mente as preocupações, deixando-nos “leves” para nos concentrarmos nas coisas espirituais. Trata-se, portanto, de um descanso físico, emocional e espiritual. O período é igual ao de qualquer outro dia – 24 horas –, mas intrinsecamente bem diferente.

Temo que, para alguns, o sábado signifique uma interrupção inconveniente, atrapalhando compromissos, como se tivesse quebrado o calendário da semana. Sinto também que estamos deixando de receber as bênçãos do sábado em sua inteireza, porque estamos nos esquecendo do dia que o antecede, chamado “dia de preparação”. Corremos, trabalhamos e queremos espichar as horas da sexta-feira para conter mais coisas do que normalmente caberiam noutro dia, e vamos até o último minuto possível.

Se não nos prepararmos, vamos tornar o sábado igual a qualquer outro dia. Quando falamos de preparação, devemos pensar em “detalhes” como a arrumação da casa, dos brinquedos, colocar tudo de volta em seu devido lugar. Sobre a mesa devem ser colocados a melhor toalha e os melhores pratos, além de se dar aquele toque especial na alimentação, para receber amigos ou membros ausentes da família.

Será que poderíamos voltar a sentir o “encanto” do sábado para que o vejamos como o grande acontecimento da semana, sendo aguardado, e todos preparados para recepcioná-lo? Será que poderíamos renovar nossa decisão de fazer da sexta-feira o dia de preparação e saudar o sábado e seu Senhor com alegre expectativa?

Que a graça de Deus nos ajude para isso!

Sua Próxima Oração






Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos Seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar.” Lucas 11:1


Os discípulos não perguntaram como ensinar, como pregar nem como curar. A oração foi o único assunto em que eles foram específicos, ao admitir que precisavam aprender. O que despertou neles o desejo de orar como Jesus? Será que era a linguagem que Jesus usava?

Depois de presenciar Jesus orando em inúmeras ocasiões em Seu ministério e perceber a tranquilidade e a segurança que Ele expressava, perguntavam-se: “Por que não podemos fazer como Ele faz? Será que oramos como deveríamos?”

Quem sabe eles precisassem descobrir que a oração é mais do que simplesmente pedir coisas, ou impressionar a Deus com nossos pedidos. Não é tratar a Deus como office-boy. Na primeira oração do dia, dizemos: “Senhor, está vendo? Esta é a lista de tudo o que desejo fazer hoje. Por favor, não Se esqueça de nenhum item. Que cada um seja cuidadosamente atendido. Ah! Para este aqui quero uma solução até o meio-dia.”

Melhor é pedir que Ele nos dê sabedoria e discernimento para fazer diferença entre nossos desejos e nossas verdadeiras necessidades, e pedir humildade para nos submeter ao que Ele quer para nós.

A cada dia que passa, mais e mais nos convencemos da necessidade da oração em cada passo em nossa vida. Seja como principiantes, seja como cristãos experientes, é bom pedir em humildade: “Senhor, ensina-nos a orar.”

Ellen G. White, num singelo pensamento sobre a oração, diz: “A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias, porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus.

“Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão. Nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido. Ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Mente nenhuma é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Seja o que for que precisemos, se crermos em Deus, Ele há de suprir. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder” (Review and Herald, 7
de outubro de 1865)

E Fechou-se a Porta


E Fechou-se a Porta






As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. Mateus 25:10



Poucas frustrações podem ser comparadas àquela de enfrentar uma porta fechada num momento decisivo. Pense naquele documento que precisava ser assinado e entregue no dia, mas não deu tempo. Ou no dinheiro que tinha que ser retirado do banco, no entanto, a agência estava fechada. Imagine os portões da universidade sendo fechados e seu vestibular tendo que ficar para outra vez. O check-in foi encerrado e o fim da viagem, que dependia de uma conexão, teve que ser adiado. Em todas essas situações e muitas outras, os sentimentos que frequentemente dominam as pessoas são a frustração, a raiva e, em alguns casos, até mesmo desespero.

Ali está você, desapontado, recriminando-se, gritando com aqueles que podiam dar um jeitinho de abrir a porta. “Se tivesse saído cinco minutos antes”, “Se tivesse começado meu trabalho com mais antecedência”, “Poderia ter vindo por outro caminho e teria chegado mais cedo”... E as desculpas que damos pelo atraso ou ausência são conhecidas: “O trânsito estava terrível”, “Pensei que o horário fosse outro”, etc.

Só que nenhuma dessas decepções poderá ser comparada a esta: “E fechou-se a porta.” Quanta implicação nessa frase! E, nesse caso ainda, a frase “não as conheço” soava muito mais definitiva, como se fosse uma fórmula decisiva de rejeição, forçando as moças a não insistir em nenhum “jeitinho” de entrar na festa de casamento.

Na vida espiritual, precisamos estar alerta. Não devemos jogar com a sorte, nem deixar para chegar em cima da hora, nem tampouco nos preparar no último momento.

Não é a aparência, nem são as lâmpadas ou os vestidos longos que vão separar as sábias das loucas: é o fato de estarem prontas, ainda que o noivo demore.

É por isso que cinco delas foram chamadas de loucas. Como as sábias, elas tiveram tudo à disposição: tempo, recursos e inteligência. Sabiam o que era prioritário, mas foram empurrando o mais importante para o fim, e o resultado é o que conhecemos. Pensavam que poderiam administrar suas prioridades; porém, veio o noivo, e descobriram que não dava para empurrar mais para frente o tempo, impedir que a porta fosse fechada. Não dava para puxar o ponteiro do relógio para trás. Elas descobriram que o tempo é inflexível, que não há “jeitinho”, que não adianta mencionar nomes, títulos, nada.

Na festa, estavam aqueles que não confiavam em si mesmos, por isso chegaram cedo, e com humildade estavam do lado de dentro.

A porta hoje está aberta. Há alguma coisa em seu caminho que esteja impedindo-o de chegar em tempo e entrar?

Como Estamos Construindo?

Como Estamos Construindo?




Eu lhes mostrarei com quem se compara aquele que vem a Mim, ouve as Minhas palavras e as pratica. Lucas 6:47


As ilustrações na parte final daquele sermão tinham por objetivo levar pessoas à decisão. Há uma porta estreita e outra larga, e um caminho estreito e outro largo. Há uma árvore do bem e outra do mal. Há verdadeiros discípulos e falsos discípulos. Na última ilustração, Jesus apresentou um homem sábio e outro insensato; uma casa construída sobre a rocha e outra sobre a areia; pessoas que ouvem e praticam, e outras que só ouvem. A casa que não caiu e a outra que foi ao chão.

Construir nas encostas de morros, sobre terreno fácil, não é prática tão recente. Mesmo no tempo de Jesus, pessoas que tinham casas nessas encostas viam com temeridade os deslizamentos e enxurradas se aproximando, depois de cada chuva torrencial.

Para não temer as tempestades que nos ameaçam, há somente duas maneiras de edificar nosso caráter: podemos construir sobre a areia ou sobre a rocha.

Construir sobre a areia requer pouco planejamento e esforço. É mais barato. É a solução mais fácil, a rota mais curta. É por isso que muitos preferem esse tipo de chão. Quem constrói sobre a areia quer resultados rápidos, e pela pressa troca a qualidade pela conveniência. Se construirmos sobre a areia, a casa vai ruir, espatifar-se. Parecido com aquela casinha de brinquedo que a gente faz, colocando cartão sobre cartão, e que a qualquer sopro “plaf”, vai tudo ao chão.

De maneira bem ampla, Jesus estava falando sobre as decisões que cada pessoa tem que tomar na vida: profissão, relacionamentos, valores, filosofia de vida e o lugar que Deus ocupa em sua existência.

A edificação do caráter é um processo permanente e a longo prazo. Toda vez que coloco em prática as palavras de Jesus, fortaleço o alicerce. Cada vez que negligencio fazer o que Ele pede, enfraqueço o fundamento.

As tempestades fazem parte da vida. Se é para enfrentá-las, temos que sair do terreno arenoso e construir sobre a rocha.

“Em grande medida, cada um é o arquiteto do próprio caráter. Cada dia, a estrutura mais se aproxima do termo. A Palavra de Deus nos adverte a estar atentos quanto à maneira por que edificamos, para ver se nosso edifício está fundado na Rocha eterna” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 164).

Agora Vejo

Agora Vejo








PR. ALEJANDRO BULLÓN

"O texto para a mensagem de hoje está contido no Evangelho segundo São João 9:1-7 "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo."

Comecemos analisando o verso um: "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença." Lá estava o pobre homem, nascera cego, crescera cego, vivera a vida toda cego. Não importa o motivo da sua cegueira, o fato é que estava ali. Hoje, pelo menos, os cegos têm oportunidade de crescer, e se desenvolver. Um cego, pode tranqüilamente ser cientista, professor, psicólogo ou o que desejar. Os cegos não estão mais privados de nada. Graças à leitura no sistema Braille, hoje o cego pode se desenvolver como qualquer outra pessoa. E graças a Deus pela oportunidade que os cegos físicos estão tendo hoje. Mas, naqueles tempos, não havia a leitura no sistema Braille. A sociedade não se preocupava com os cegos. Ao contrário, quando uma criança nascia cega, a sociedade pensava: está pagando por algum pecado. Vocês dirão: "mas como pode ter pecado, uma criança que recém nasceu?" Os judeus, naquela época, acreditavam nos pecados pré-natais. Acreditavam na punição por causa do pecado dos pais, avós e bisavós. Então, se ela estava pagando pelos pecados, que sofresse. Para que estender a mão? Para que ajudar? Para que fazer crescer? Um pecador tinha que pagar pelo seu pecado. Assim somos os seres humanos, implacáveis! Julgamos e condenamos, não concedemos outra oportunidade para as pessoas!

Um cego, nos tempos de Cristo, não ía à escola, não aprendia a ler, não podia trabalhar. Então, o que se poderia esperar de um cego? Ele acabava a vida pedindo esmolas. Esta era a situação daquele pobre homem. Estendia a mão para viver da caridade das pessoas. Ali, num canto, jogado, chutado, desprezado. Se alguém tivesse piedade, daria um centavo. Se não, todos passariam indiferentes sem olhar para ele.

Mas o texto bíblico diz: "Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença." João 9:1. Ao vê-lo, Jesus parou. Isto é maravilhoso, meu amigo! Em meio à multidão, Jesus viu aquele pobre cego. Você está aí, diante da TV, num cantinho, na penumbra, no leito de um hospital ou na cela de uma prisão. Pode pensar que ninguém se lembra de você, que ninguém pode entender seus problemas. Entre, por exemplo, às quatro ou cinco da tarde, no Metrô de São Paulo e você vai se sentir preso como numa lata de sardinhas. Fique parado, ao meio-dia, na esquina da Av. Rio Branco com a Rua Sete de Setembro, no Rio de Janeiro e você vai ver a multidão entrando e saindo, passando, correndo, subindo, atravessando a rua. Você fica ali, parado, mas ninguém olha pra você. Ninguém presta atenção. Você pode estar morrendo de fome, quem se importa? Pode ter perdido a família, quem se importa? Pode estar sem emprego, quem se interessa? Ninguém olha para ninguém. Neste mundo as pessoas vivem sozinhas, sobrevivem sozinhas. Ou, na melhor das hipóteses, cuidam das pessoas que estão perto delas, da sua família e de mais ninguém.

Mas, o que me impressiona do texto bíblico é que Jesus passava e viu um homem cego de nascença, rejeitado, desprezado, solitário. Jesus o viu. Ah! Jesus não vê multidões. Jesus vê indivíduos. Para Jesus não existe massa, existem pessoas.

Neste momento, Jesus está aí e pode ver você. Ele sabe a cor da roupa que você veste, sabe as lutas íntimas de seu coração. Conhece as lágrimas que você derrama e que ninguém compreende. Sabe as angústias que o perturbam. Sabe as indecisões em que você vive. Enfim, Ele compreende você.

Alguma esposa maltratada pelo marido, desprezada pelos filhos, menosprezada, explorada, humilhada, está me assistindo? Você não tem para onde ir? Onde está o marido que, um dia, jurou amor eterno? Onde estão os filhos a quem você dedicou a vida e hoje nem sequer lembram de você? Sente-se murchando na vida, enrrugada pelo tempo? Acabada? E você pensa assim: "estou sozinha, ninguém pode entender o meu mundo, ninguém pode entender minha lágrima."

Ah, querido, Jesus é capaz de parar e olhar você e saber até quantos cabelos você tem. Ele diz, na Sua Palavra: "Até os cabelos da vossa cabeça todos estão contados." Lucas 12:7

Ele é capaz de saber o dia do seu aniversário. Saber que você, antes de ligar a televisão, brigou com o marido ou com a esposa. Saber que você convidou o seu filho, para assistir o programa, mas ele não quis. E você está triste porque gostaria que seu filho mudasse de vida. Diga-me: qual o drama que você vive, qual é a angústia que bate em seu coração? O que arranca lágrimas dos seus olhos? Jesus conhece tudo. Ele estava lá e de repente, no meio da multidão, viu um cego e parou. Neste momento também, Jesus pára perto de você e conhece a história de sua vida. Sabe que neste momento você está orando em seu coração: "Senhor, opera um milagre na minha vida", porque você traiu o Senhor Jesus. Você falhou, entrou em lugares que não devia ter entrado. Fez coisas que nunca devia ter feito. Você manchou o nome de Jesus, jogou seus princípios no chão. Ninguém viu, ninguém sabe, mas você sabe. A consciência o perturba. Não está feliz com esta situação. Não quer viver deste jeito, não aceita este estado de coisas, mas não tem força. Luta para se libertar e não pode.

Clama a Deus por um milagre e o milagre não acontece. Ao ligar a TV e assistir a este programa, no fundo do seu coração, você está clamando por um milagre. E Deus conhece a história de sua vida e se dirige a você, quer lhe mostrar onde está o segredo de uma vida feliz, cheia de paz. Não importa quem é você, nem onde está. Talvez deitado num leito de hospital, pensando que ninguém se lembra de você, que está perdido, no anonimato. Jesus pára e olha nos seus olhos.

Está você ouvindo na cela de uma prisão, pagando o preço da vida errada que você viveu? Jovem ainda, cheio de vida e condenado a dez, quinze, vinte anos de prisão? Ninguém se lembra de você? Ninguém, neste país, sabe que você existe? Mas, Jesus vem e atravessa as paredes da prisão e o encontra aí sentado, com um aparelho ligado, assistindo a esta mensagem. E isto, meu amigo, não é teoria. Não estou pregando o que me ensinaram na faculdade de Teologia. Não estou ensinando o que li em algum livro, estou falando o que Jesus significa para mim.

Eu era uma criança pobre que nasceu e cresceu numa cidade pequena, no interior do meu país, o Peru. Uma cidade pobre que não tinha sequer luz elétrica, nem água potável, nem esgoto. Uma criança que andava sem sapatos, mas clamou em seu coração pelo poder de Deus e hoje você pode me ver aqui na TV! Como poderia imaginar que Deus ía olhar para uma pequena cidade perdida entre as montanhas e enxergar a vida de uma criança que fez uma oração em seu coração? Então, eu não estou falando o que eu aprendi na Faculdade de Teologia, mas porque um dia o olhar maravilhoso de Deus me alcançou, me resgatou, me abriu os olhos. Retirou-me daquela cidadezinha e me fez cidadão do mundo. Hoje, quando vou de um lugar para o outro, quando vejo a multidão reunida para ouvir a Palavra de Deus, milhares de pessoas sentadas em frente à televisão assistindo ao programa "Está Escrito", louvo o nome de Deus, porque aquela criança, clamou um dia e Jesus parou e olhou para ela e lhe deu as oportunidades da vida.

Estou falando, neste momento, para um jovem que terminou o Segundo Grau e não consegue passar no vestibular? Quer estudar na Universidade e não tem dinheiro? Estou falando para alguém que sonhava ser médico e já está ficando velho e não consegue realizar seu sonho? Anda fazendo biscates para sobreviver e vê as outras pessoas crescendo e progredindo e você não consegue? Sente-se insignificante, sozinho, anônimo, perdido no meio da multidão? Clame a Jesus agora, aí onde você está e Jesus parar e olhar para você. Ele vai lhe dar a grande oportunidade que você está precisando. Você não tem o direito de sentir-se esquecido. Não importa quanto você está sofrendo ou quanto as pessoas têm maltratado você.

Espere um momento! Tudo isto pode acontecer nesta vida, mas, Jesus parou e olhou para aquele cego e os discípulos fizeram a pergunta: "... Mestre, quem pecou, este ou seus pais...? Respondeu Jesus: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus." João 9:2 e 3

Eu li este texto quando eu era um garoto de quinze anos e meu coração ficou revoltado porque pensei assim: este rapaz nasceu cego para que as obras de Deus se operassem na vida dele? Que tipo de Deus é esse que o faz nascer cego só para Ele ter a oportunidade de mostrar o Seu poder? Quer dizer que nós somos cobaias nas mãos de Deus?

Ah, se Deus fosse assim, não merecia que eu O reconhecesse como Deus, que O amasse, que confiasse nEle. Como confiar em alguém que para mostrar Seu poder, tem que fazer sofrer as pessoas? Este pensamento me perturbou muito, até que um dia, entrei na Faculdade de Teologia, para estudar a Bíblia em hebraico, em grego, que são as línguas originais da Bíblia. São Paulo não falava português, falava grego. Mateus escreveu em grego. O grego é uma língua poderosa, uma língua expressiva, diz muita coisa em poucas palavras. E em grego, o texto diz assim: "Nem ele pecou, nem seus pais, mas para que nele fossem feitas as obras de Deus, ele nasceu assim." Só que este "para que nele", em grego, é a preposição inã que quer dizer "para que" ou "por causa de".

Então, literalmente, este verso diz: "Este cego não pecou, seus pais também não pecaram, mas inâ as obras de Deus se realizarão nele." Quer dizer: "já que nasceu cego, já que está assim, por causa desta situação, o poder de Deus vai se manifestar." Em outras palavras, Deus vai aproveitar esta situação adversa para operar seus milagres. Ele não tem culpa, os pais não têm culpa, Deus não tem culpa. Mas já que está assim, Deus vai operar um milagre. Isto sim é coerente com o caráter de Deus.

Querido, ouça isto: o sofrimento, a dor, a morte, a tragédia, a desgraça não foram criadas por Deus. Este mundo saiu perfeito das mãos de Deus. As rosas não tinham espinhos. Não existiam pernilongos. A cobra não era um bicho nojento que se arrasta e pica, era um ser perfeito. Não havia briga, egoísmo, inveja, dor, enfermidade, morte. Este mundo era perfeito. Mas, nós, os seres humanos, representados em Adão e Eva, vendemos este mundo para o diabo. E o vendemos barato. Por um minuto de curiosidade, por um minuto de prazer.

Hoje, este mundo pertence ao inimigo de Deus. Talvez esta idéia não lhe agrade. Talvez você não queira aceitar o fato de que este mundo hoje pertence ao inimigo. Porém, este mundo pertence tanto ao inimigo que quando Jesus esteve nesta Terra, o Diabo se atreveu a ir dizer a Jesus. Vejamos o que a Bíblia diz em Mateus 4:8 e 9: "Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e lhe disse: Tudo isso te darei se, prostrado me adorares."

Este mundo não era do inimigo, era de Deus, Ele nos confiou, mas nós arruinamos tudo. Nós o vendemos barato. Agora, ele se deleita em colocar doença, pobreza, miséria, egoísmo e morte. É por isso que nascem crianças enfermas e cegas. É por isso, por causa do egoísmo que entrou no mundo, que hoje nos deleitamos em crescer pisando as pessoas. É por isso que hoje existe inveja, ciúme. É por isso que hoje o caráter das pessoas está distorcido. Que você machuca as pessoas que mais ama e depois se arrepende, sofre, dói e pede perdão. Mas, já machucou, não tem mais remédio, abriu uma ferida que, às vezes, nem o tempo pode fechar.

Foi o inimigo que colocou isto no mundo. Agora, Jesus disse: "Já que o mundo está estragado, já que esta pobre criança está cega porque o diabo colocou a mão, por causa disto, o poder de Deus vai se manifestar. Eu vou resolver este problema. Vou operar atos maravilhosos, para mostrar aos seres humanos, que a única saída sou Eu. Então se aproximou do cego e colocou barro em seus olhos. E disse: Filho "... Vai, lava-te no tanque de Siloé." João 9:7

Eu pergunto: hoje, este Jesus que teve poder até para ressucitar Lázaro, para fazer andar o paralítico, para transformar água em vinho, este Jesus todo-poderoso, não tinha poder para dizer simplesmente "Vê", e o cego ficaria vendo? Claro que podia. E por que não o fez? Porque, mais uma vez, Ele queria a participação humana. Ele não pode fazer nada sem o consentimento do homem. Jesus pode operar um milagre em sua vida, mas não vai entrar pela força. Não vai derrubar a porta e entrar.

Ele diz somente: "Segue-Me." E você tem que segui-Lo. É você que tem que tomar a decisão. Quem é você? Qual é a grande luta que você está tendo em sua vida? O que quer mudar em sua vida? De onde você quer que Jesus tire você? Qual é o socorro que você precisa? Qual é o drama que você vive? Que milagre você quer que Deus opere sua vida?

Clame a Jesus, porque a voz dEle é clara: "Filho, vem, segue-Me. Toma Tua cruz e segue-Me." E sabe qual é a maior cruz que temos que tomar? Renunciar a nós mesmos, renunciar à idéia de lutar sozinhos. Aprender a depender, a sentir-nos crianças, a extender a mão, e dizer: "Senhor, entrego-Te minha vontade porque eu sozinho estou perdido."

Abra seu coração a Jesus agora, não importa onde e como esteja.

ORAÇÃO

Pai querido, vem, abre os nossos olhos para vermos a fragilidade de nossas decisões. Por favor, estende Teu braço poderoso e muda nosso coraçào operando o milagre que precisamos neste momento, agora. Onde Teus filhos estiverem, responde com misericórdia e com poder, em nome de Jesus. Amém.

Projeto organizado por jovens faz campanha para doação de sangue e medula


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O Maior Perigo do Homem



Cristo estava ensinando, e, como de costume, reuniram-se em redor outras pessoas, além dos discípulos. Falara aos discípulos de cenas em que em breve tomariam parte. Deviam proclamar as verdades a eles confiadas, e seriam levados a conflitos com os governantes deste mundo. Por Sua causa seriam intimados a tribunais, e perante juízes e reis. Prometeu-lhes sabedoria que ninguém poderia contradizer. Suas palavras que moviam o coração da multidão e confundiam os sagazes adversários, testemunhavam do poder daquele Espírito imanente, que prometera a Seus seguidores.
Havia muitos, porém, que ansiavam a graça do Céu unicamente para servir a seus propósitos egoístas. Reconheciam o maravilhoso poder de Cristo de expor a verdade em clara luz. Ouviam a promessa a Seus seguidores, de sabedoria para falar perante governadores e juízes. Não lhes concederia também poder para seu proveito material?
“E disse-Lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.” Luc. 12:13. Deus dera por Moisés instruções a respeito da transmissão de propriedade. O primogênito recebia uma porção dobrada das posses do pai (Deut. 21:17), enquanto os mais jovens recebiam o restante em partes iguais. Este homem julga que seu irmão o defraudou de sua herança. Seus próprios esforços falharam para ganhar o que considerava seu de direito; porém, se Cristo Se interpusesse, a intenção certamente seria alcançada. Ele ouvira os fortes apelos de Cristo e Suas solenes denúncias contra os escribas e fariseus. Se palavras de tal autoridade fossem dirigidas a este irmão, não ousaria recusar ao queixoso sua cota.
No meio da solene instrução que Cristo dera, este homem revelou sua disposição egoísta. Podia apreciar aquela habilidade do Senhor que serviria à promoção de seus negócios temporais; porém, as verdades espirituais não lhe impressionavam a mente nem o coração. A obtenção da herança era o tema que o enlevava. Jesus, o Rei da glória, que era rico mas por nossa causa Se tornou pobre, lhe estava abrindo os tesouros do amor divino. O Espírito Santo com ele pleiteava para que se tornasse herdeiro do tesouro “incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar”. I Ped. 1:4. Vira as evidências do amor de Cristo. Agora tinha a oportunidade de falar ao grande Mestre e de exprimir o mais íntimo desejo do coração. Como o homem com o ancinho na alegoria de Bunyan, seus olhos estavam fixos na Terra. Não viu a coroa sobre sua cabeça. Como Simão Mago, estimava a dádiva de Deus como meio de alcançar lucros materiais.
A missão do Salvador na Terra estava próxima do fim. Restavam-Lhe poucos meses para concluir aquilo a que viera, isto é, estabelecer o reino de Sua graça. Contudo, a cobiça humana tentava desviá-Lo de Sua obra para resolver a contenda sobre um pedaço de terra. Mas Jesus não podia ser distraído de Sua missão. Retrucou: “Homem, quem Me pôs a Mim por juiz ou repartidor entre vós?” Luc. 12:14.
Jesus podia ter dito a esse homem justamente o que era correto. Sabia quem neste caso tinha razão; porém os irmãos estavam em desavença porque eram avarentos. Cristo disse, com efeito: Não Me compete a Mim a tarefa de decidir controvérsias de tal espécie. Viera com outro propósito, isto é, pregar o evangelho e assim despertar os homens para o senso das realidades eternas.
Na atitude de Cristo nesse caso há uma lição para todos os que ministram em Seu nome. Quando enviou os doze, disse: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos Céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” Mat. 10:7 e 8. Não tinham que resolver as questões temporais do povo. Sua obra era persuadir os homens para que se reconciliassem com Deus. Nesta obra consistia seu poder para abençoar a humanidade. O único remédio para os pecados e sofrimentos dos homens é Cristo. Unicamente o evangelho de Sua graça pode curar os males que amaldiçoam a sociedade. A injustiça do rico para com o pobre, e o ódio dos pobres para com os ricos, ambos têm a raiz no egoísmo; e este, somente pode ser desarraigado pela submissão a Cristo. Ele, unicamente, substitui o cobiçoso coração do pecado pelo novo coração de amor. Preguem os servos de Cristo o evangelho com o Espírito enviado do Céu e como Ele trabalhem para o benefício dos homens. Então, hão de se manifestar no abençoar e soerguer a humanidade, resultados cuja realização seria totalmente impossível pelo poder humano.
Nosso Senhor bateu na raiz da questão que turbava este interlocutor e de todas as disputas semelhantes, dizendo: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc. 12:15.
“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus.” Luc. 12:16-21.
Pela parábola do rico insensato mostrou Cristo a loucura dos que fazem do mundo seu tudo. Este homem recebera tudo de Deus. Ao Sol fora permitido brilhar sobre sua propriedade; pois seus raios caem sobre justos e injustos. A chuva desce do céu do mesmo modo sobre maus e bons. O Senhor fizera que a vegetação florescesse e os campos produzissem abundantemente. O rico estava em perplexidade sobre o que devia fazer com a colheita. Seus celeiros estavam superabarrotados, e não tinha lugar para o excedente. Não pensou em Deus, de quem vieram todas as dádivas. Não reconheceu que Deus o fizera mordomo de Seus bens, para que socorresse os necessitados. Tinha a abençoada oportunidade de se tornar distribuidor das bênçãos de Deus, porém unicamente pensou em administrar ao próprio conforto.
A situação do pobre, do órfão, da viúva, do enfermo, do aflito, foi trazida à atenção desse rico. Havia muitos lares nos quais distribuir seus bens. Podia ele facilmente privar-se de uma porção de sua abundância e muitas famílias poderiam ser libertas das privações, muito faminto poderia ser saciado, vestido muito nu, muito coração alegrado, respondida muita súplica por pão e roupa, e uma melodia de louvor teria ascendido ao Céu. O Senhor ouvira a oração do necessitado, e em Sua bondade tomara providência para o pobre. Sal. 68:10. Havia na bênção outorgada ao rico abundante provisão para a indigência de muitos. Cerrou ele, porém, o coração ao clamor do indigente, e disse aos servos: “Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te..” Luc. 12:18 e 19.
A aspiração desse homem não era mais elevada que a das bestas que perecem. Vivia como se não houvesse Deus, nem Céu, nem vida futura; como se tudo que possuía lhe pertencesse, e nada devesse a Deus nem aos homens. Descreve o salmista esse rico, ao dizer: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus.” Sal. 14:1.
Esse homem vivera e planejara para o eu. Vê que há bastante provisão para o futuro; nada mais lhe resta agora senão entesourar e desfrutar o fruto de seu trabalho. Considera-se favorecido sobre os outros homens, e confere a si mesmo a honra de ter administrado sabiamente. É honrado pelos concidadãos como homem de bom discernimento e próspero. Porque “os homens” te louvam, “quando faz bem a si mesmo”. Sal. 49:18.
Mas “a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus”. I Cor. 3:19. Enquanto o rico está prevendo anos de prazeres, o Senhor faz planos muito diferentes. Veio a este mordomo infiel a mensagem: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma.” Eis uma exigência que o dinheiro não pode satisfazer. O tesouro por ele acumulado não pode alcançar revogação. Num momento torna-se sem valor aquilo para cujo ganho trabalhara a vida toda. “E o que tens preparado para quem será?” Luc. 12:20. Seus largos campos e celeiros abarrotados escapam a seu controle. “Amontoam riquezas e não sabem quem as levará.” Sal. 39:6.
A única coisa que lhe seria de valor agora, não a adquiriu. Vivendo para o próprio eu, rejeitou o amor divino, que fluiria em misericórdia para com seus concidadãos. Assim obrando, rejeitou a vida; porque Deus é amor, e amor é vida. Este homem escolheu o material em vez do espiritual, e com o material tem que sucumbir. “O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.” Sal. 49:20.
“Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” Luc. 12:21. A ilustração é aplicável a todos os tempos. Podeis planejar meramente para a própria satisfação egoísta, acumular tesouros, construir mansões grandes e altas como os arquitetos da antiga Babilônia; porém, não podeis arquitetar um muro tão alto e um portal tão forte que exclua os mensageiros da vingança. O rei Belsazar dava um grande banquete, e louvava “aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra”. Dan. 5:4. Mas a mão do Invisível escreveu na parede aquelas palavras de condenação, e o ruído do exército inimigo foi ouvido nos portões do palácio. “Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus”, e um rei estrangeiro subiu ao trono. Dan. 5:30.
Viver para si mesmo é perecer. A avareza, o desejo de beneficiar a si próprio, compromete a vida. É de Satanás o espírito de ganhar e atrair para si. De Cristo é o espírito de dar e sacrificar-se em benefício dos outros. “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” I João 5:11 e 12.
Portanto diz: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc. 12:15.
Extraído do Livro Parábolas de Jesus, de Ellen G. White, págs 252 à 26.0

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