UMA MULHER DE ORAÇÃO

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RIO DE JANEIRO, RJ, Brazil

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Eu tive a pior mãe do mundo. Enquanto outras crianças podiam comer doces para o café da manhã, eu precisava comer mingau e pão com manteiga. Meus amiguinhos tinha Coca Cola e balas no almoço, mas eu tinha de comer arroz com feijão. Como você pode adivinhar, meu jantar também era diferente daquele que os outros meninos se deliciavam.
Mas pelo menos, eu não sofria só. Minha irmã e meus dois irmãos tinham a mesma mãe tirana que eu. Mamãe insistia em saber exatamente onde estávamos em qualquer hora. Podia se pensar que éramos alguma espécie de criminosos. Ela fazia questão de saber com quem andávamos e o que fazíamos. E insistia que, se disséssemos que íamos sair por uma hora, tínhamos de voltar dentro de uma hora ou antes. Não podia ser uma hora e mais uns minutinhos.
Quase tenho vergonha de contá-lo, mas ela até batia em nós. E não o fazia apenas uma vez, mas todas as vezes que saíamos da linha. Você pode imaginar alguém chegar ao ponto de dar palmadas numa criança, somente porque desobedeceu? Agora você está começando a entender quão cruel ela era realmente.
E ainda não contei o pior. Todas as noites, às nove horas, já devíamos estar na cama. E no dia seguinte, estar de pé, bem cedo. Mesmo nas férias, não podíamos dormir até o meio dia, como faziam nossos amigos. Ah não! Enquanto eles descansavam à vontade no conforto de sua cama, nós éramos forçados a trabalhar lavando a louça, forrando cama, aprendendo a cozinhar e outras coisas ruins. Desconfiávamos que ela ficava acordada de noite, procurando pensar em outras coisas piores para exigir de nós.
Mamãe sempre insistia para que falássemos a verdade, toda a verdade e nada de mentiras, mesmo se isso nos custasse a vida, como quase acontecia…
E ao chegarmos à adolescência, mamãe já estava com mais prática, e nossa vida se tornou quase insuportável. Nada de um namorado chegar à frente da casa e chamar-nos com uma businada. Ficávamos até envergonhados com a sua insistência de que os namorados e amigos tinham de vir à porta nos buscar. Ah, quase me esqueci de contar que, enquanto outros estavam namorando na idade amadurecida de doze ou treze anos, minha mãe quadrada não me deixou namorar antes dos quinze ou dezesseis.  Quinze, isto é, quando se tratava de uma festa na igreja ou na escola o que acontecia duas ou três vezes por ano.
Minha mãe foi realmente um fracasso. Nenhum de seus filhos jamais foi apreendido pela polícia ou divorciado; nenhum deles costuma bater em sua esposa. Cada um dos filhos homens prestou seu tempo de serviço no exército. E quem podemos responsabilizar por sairmos desse jeito? Examente – a minha mãe.
Pense só nas coisas que perdemos. Nunca tivemos a experiência de marchar numa demonstração contra o governo; jamais quebramos os móveis da nossa universidade, nem incendiamos automóveis. Além de outras mil coisas que alguns de nossos colegas faziam.
Mamãe nos forçou a nos tornamos adultos instruídos, honestos e tementes a Deus. Agora, com  a própria experiência como base, estou procurando criar meus próprios filhos. Eu não me preocupo quando eles acusam de ser cruel. Até fico contente com esta opinião. Porque, como você percebeu, dou graças a Deus que Ele me deu a “PIOR” mãe do mundo.
(Autor desconhecido)

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