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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Salmo 11 – Refúgio Em Tempos de Perigo

Estudando Salmos-11


Salmo 11 – Refúgio Em Tempos de Perigo

 Nunca houve um tempo de tanta insegurança. Temos insegurança física, e nossos corpos podem sofrer danos a qualquer momento por uma bala perdida, por assaltos à mão armada, por enchentes, desastres, catástrofes, ou por explosões. Temos insegurança material, e podemos perder tudo o que juntamos com esforço, dedicação e trabalho honesto; e, no entanto, o governo pode também deixar o povo sem condições de manusear até o próprio dinheiro.

Temos insegurança na saúde pública; temos insegurança psicológica. Vivemos tiranizados pelo medo e possuídos pelo temor. Já não estamos mais seguros nas cidades de Sodoma e Gomorra modernas, cidades cheias de vândalos e assassinos, homens e mulheres cheios de todos os vícios, criaturas perigosas que matam por nada.

Davi estava enfrentando uma situação de perigo diante de seus inimigos que procuravam tirar a sua vida. Possivelmente era o tempo em que Saul procurava matá-lo. Davi expressa a sua confiança, afirmando: “No Senhor me refugio!” No original, a palavra é Yahweh, que significa Eterno. “Eu tenho um eterno Refúgio. Eu sei para onde ir e a Quem, recorrer”, dizia Davi em um momento de grande perigo de vida. Para ele, não importavam as circunstâncias mais difíceis; ele sempre tinha a Deus como o seu eterno Refúgio, e ele tinha grande prazer e alegria em dizer isso.

I – O SENHOR É O NOSSO REFÚGIO (1-3)

1 – O Senhor é nosso Refúgio contra o Medo. Muitos dentre os seus amigos, querendo salvar a Davi, deram um conselho que revelava o temor, a dúvida e a desconfiança das providências de Deus. Qual foi o conselho? O conselho foi para que Davi escapasse por sua vida e fugisse para os montes, onde havia muitos refúgios. Mas ele pôde responder com uma pergunta: “No Senhor me refugio. Como dizeis, pois, à minha alma: Foge, como pássaro, para o teu monte?” (v. 1).

Vivemos em um tempo de temor. Os homens estão sendo atacados pelo medo, que oprime a milhões de pessoas em um mundo afligido pela angústia. Os homens do século 21 estão sendo tiranizados pelo medo e pelo pavor. A ordem do momento é fugir; fugir para um lugar de segurança, de paz, de escape. Muitos cristãos estão sendo ameaçados e o conselho da incredulidade é fugir, ao invés de enfrentar e dar o seu testemunho em favor da verdade.

Em um tempo como este, necessitamos confiar em Deus como nosso Refúgio contra o medo, o temor e o pavor. Certa vez um pai com o seu filho de 5 anos passou por um lugar escuro e tenebroso. O menino, loquaz e falador, pouco a pouco silenciava. Era uma noite escura e perigosa. E o menino sentiu medo. Tomou então, a mão robusta e calosa do pai, e exclamou: '' – Papai, nós não estamos com medo, não é verdade?" O menino não podia andar sozinho por aquele lugar escuro; mas, na companhia do pai, sua confiança se robustecera, e o medo desapareceu. A confiança em nosso Pai celeste desfaz todo o temor.

2 – O Senhor é nosso Refúgio contra os Ímpios. Os amigos continuavam a dar os seus conselhos a Davi (v. 2): “Porque eis aí os ímpios, armam o arco, dispõem a sua flecha na corda, para, às ocultas, dispararem contra os retos de coração.” Mas Deus é o nosso Refúgio mesmo contra os piores homens da terra; Ele é um Refúgio mesmo contra os ímpios, que traçam planos traiçoeiros para, às ocultas, dispararem as suas armas contra nós.

Há um grande número de ímpios, homens que não têm o temor de Deus, e que se constituem em uma ameaça para os cristãos. Mas nós não precisamos nos preocupar, porque Deus é o nosso Refúgio contra os ímpios.

Davi não temia as armas dos ímpios de seu tempo. Ele menciona os arcos, e as flechas que eram disparadas contra o coração dos justos, ocultamente. Mas e em nosso tempo? Os homens ímpios estão armados de facas, revólveres, metralhadoras e fuzis. E o que dizer das armas de poder mais abrangente, como as bombas atômicas? Haveria algum refúgio contra as bombas modernas, as bombas de hidrogênio, ou as bombas termonucleares?

Nos dias 5 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, duas desventuradas cidades japonesas – Hiroshima e Nagasaki – receberam dois presentes diabólicos, duas bombas poderosas, duas bombas atômicas; e, como resultado imediato, 180.000 pessoas se transformaram em cinzas, em poucos minutos.

E o mundo se estarreceu diante de uma bomba que liberava uma energia tão espantosa e medonha. E os homens começaram a temer por sua segurança. Mais tarde, em 1948, os russos também detonaram a sua primeira bomba atômica atrás dos montes Urai. E os historiadores registraram mais esse feito histórico.

E daí para cá, vivemos assustados, aterrorizados diante da possibilidade de uma terceira guerra mundial, apoiada num detonar de máquinas destruidoras, ou de armas químicas nas mãos de homens ímpios, perversos e maus. E depois da queda das torres gêmeas, o mundo se espantou diante da crueldade dos terroristas, e eis que perece toda a tentativa de segurança.

Mas mesmo assim, podemos confiar em Deus como o nosso eterno Refúgio. Ele é Todo-Poderoso, Ele é capaz de desfazer os efeitos da mais terrível de todas as armas; Ele pode desmontar as poderosas armas termonucleares, Ele pode desfazer os efeitos das bombas químicas e de qualquer invenção satânica forjada contra os cristãos.
O salmista tinha essa confiança: “No Eterno, me refugio”.

3 – O Senhor é nosso Refúgio contra a Ilegalidade. Assim diziam os amigos de Davi, no v. 3: “Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Eles diziam que os ímpios já tinham destruído os fundamentos e ele não poderia fazer mais nada. Davi estava vivendo em um tempo de ilegalidade. Os fundamentos da sociedade, a estabilidade da lei, da ordem e da moral tinham sido destruídos. O próprio rei Saul quando viu frustrada a sua ordem de matar, ele próprio tentou assassinar o seu benfeitor, que nesse caso era Davi (1Sm 19:1,10). 

De fato, sob um reino sem lei, os próprios fundamentos da sociedade e da ordem moral foram removidos; os justos não podiam fazer nada para prevenir isso. Portanto, o que restava para Davi, senão retirar-se de uma comunidade onde não havia nem lei nem ordem? Por que Davi não se retira para os montes onde há muitos refúgios? Por que não procura o abrigo dos pássaros? Assim pensavam os conselheiros de Davi.

Já imaginou como seria viver num país onde os governantes são corruptos, ladrões e assassinos? Num país onde a ilegalidade domina, e as leis existentes são injustas? O que podemos fazer quando o nosso vizinho nos prejudicou e o juiz nos manda para a prisão? O que você pode fazer quando é defraudado numa igreja, e roubado, porque um irmão não lhe paga o que deve, mas é você que será disciplinado? O que poderá fazer o justo?

Agora pense comigo: se os seus inimigos destruíssem a sua casa, colocando fogo nos seus pertences, matando a sua família, se eles destruíssem a sua reputação, e se esses ímpios acabassem com todos os fundamentos de sua vida, o que você poderia fazer? Nada? Esta era a insinuação dos amigos de Davi. Esta é uma resposta muito fraca, porque está destituída de fé nas providências de Deus como o seu Refúgio eterno.

Durante as 7 Últimas Pragas, os justos estarão vivendo em sociedades sem lei, em comunidades sem ordem, em completa ilegalidade: os seus bens serão confiscados; sem moradia, estarão vagueando pelas montanhas como pássaros, à procura de um refúgio, sofrendo fome e frio, e enfrentando as intempéries.

Os fundamentos da ordem e da decência estarão destruídos. Que poderão fazer? Nada? Esta é uma resposta muito pessimista, porque eles estarão dia e noite clamando diante de Deus e cantando: “Deus é o nosso Refúgio, socorro bem presente nas tribulações.” (Sl 46:1). Lá estarão se consagrando e buscando mais intensamente a presença de Deus para libertá-los das destruições prometidas pelos ímpios. Mas Deus é um Refúgio mesmo quando os fundamentos estão destruídos, um Refúgio, mesmo em meio à ilegalidade, quando a ordem é transgredir. 

II – ONDE ESTÁ O NOSSO REFÚGIO? (v. 4-7)

O salmista responde a esta pergunta, não levantada no texto, mas que possivelmente estava na mente dos amigos pessimistas de Davi que o aconselhavam, dizendo: “Onde está o seu refúgio, Davi? Foge para os montes, onde se encontram as cavernas para você se refugiar!” Davi responde e diz: “Não! O meu refúgio está no Senhor.” “Mas onde está o Senhor?” perguntavam eles. E a resposta foi pronta e sem detença: “O Senhor está no seu santo templo!”

Gosto dessas palavras. “O Senhor está no Seu santo templo!” Deus é o nosso refúgio e está no Seu templo! É do templo que vem toda a nossa segurança e proteção, porque Ele se encontra lá. No santo templo de Deus está o nosso perdão e salvação. No Seu templo está o nosso grande Intercessor Jesus Cristo, o nosso Advogado que não perde nenhuma causa, que nos defende contra os nossos inimigos, nos absolve do pecado e nos justifica para uma vida de santidade. No Seu templo glorioso e santo está o nosso nome no livro da vida. No Seu templo está a certeza de nossa glorificação.

Deus está no templo, o templo está nos Céus e “nos Céus tem o Senhor o Seu trono. Os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens.” Deus está no Seu trono, que Se encontra no Santuário, no Lugar Santíssimo, e de lá Ele reina poderosamente. Parece longe? Mas Ele está em um lugar estratégico, de onde pode governar a todo o universo!

Ele está sentado em Seu trono, mas está em todos os lugares. Como Deus pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo? Como Ele consegue isso? É evidente que nós só podemos entender a sua onipresença através de Sua onisciência. E esta onisciência foi aqui colocada na figura de Seus olhos: “Os Seus olhos estão atentos!” Ele pode ver a tudo e a todos. Ele sabe de tudo o que acontece neste exato momento, em todo o universo. Ele está presente através do poder de Seus olhos que sondam os filhos dos homens. Ele pode estar no Seu trono e está aqui ao mesmo tempo através do Seu conhecimento onisciente, porque os Seus olhos veem a todos. Nada passa despercebido aos Seus olhos perscrutadores.

1- O que faz o Senhor com todos? (v. 5). “O Senhor põe à prova ao justo e ao ímpio.” Deus põe à prova a todos. Isso é pura justiça. Ninguém poderá dizer que foi provado, atormentado com tentações, tribulações, percalços e lutas que os outros não tiveram de enfrentar, se bem que cada qual será provado de maneira diferente das provas de seus semelhantes. Cada ser humano que passar por este mundo terá a sua sorte de provas e testes. Todos passarão pelo fogo das aflições, um de uma forma, outros de outra. Com efeito, “o Senhor põe à prova ao justo e ao ímpio”, a fim de que possam conhecer a Deus e endireitar os seus caminhos.

Há algum tempo, dois dos mais preeminentes ateus, Gilberto West e Lord Littleton –, homens intelectuais, e os mais conspícuos de sua época, zombavam do cristianismo onde quer que o encontrassem. Por fim, disseram: Há duas coisas que temos de destruir e então teremos terminado com a religião cristã. Depois disto nada restará dela.

As duas coisas a que se propunham destruir eram a ressurreição de Cristo como ensinam as Escrituras e a maravilhosa vida de Paulo, cuja influência é tão poderosa mesmo em nosso século.
Disse Gilberto West: "Eu destruirei a doutrina da ressurreição de Cristo." "E eu", disse Littleton, "explicarei a vida de Paulo."
Depois desta entrevista ambos retiraram-se para o trabalho a que se propuseram. Meses depois, conforme um acordo prévio, se reuniram para ver os resultados de sua obra.

Lord Littleton, iniciou o assunto dizendo a West:
– Que tem você?
– Oh, – respondeu West – tenho algo maravilhoso para contar a você. Quando comecei a estudar a ressurreição de Cristo, tratando de deixar salva minha reputação, tive que buscar argumentos contra e em favor do assunto. O resultado foi que minha mente e meu coração foram convencidos de que Cristo ressuscitou dos mortos. Orei a Ele, estou salvo e agora sou Seu amigo.

Disse Lord Littleton:
– Graças a Deus, West, também tenho uma novidade para contar. Quando comecei a explicar a vida de Paulo, para destruí-la, também tive que fazer uma investigação minuciosa e sincera. Tive que buscar a verdade e você vai se alegrar comigo quando lhe disser que depois de um consciencioso estudo me encontrei ajoelhado, semelhante a Paulo no caminho de Damasco, e meu clamor foi o mesmo: "Senhor, que queres que eu faça?" Também sou um cristão, West.

Estes dois ateus convertidos tornaram-se dois dos mais notáveis cristãos. Escreveram duas lindas apologias da religião cristã, das melhores que se tem escrito. 

2 - O que fará o Senhor com os ímpios? (v. 6,7). “Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice. Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça.” Esta é a obra estranha de Deus. Assim como no passado Ele teve que purificar as cidades de Sodoma e Gomorra com fogo e enxofre, todos os ímpios que se identificam com o pecado receberão o mesmo quinhão. Serão destruídos com fogo, conforme nos adverte a Palavra de Deus aqui no Salmo 11, e em Apocalipse (21:8).

Alguns poderão perguntar: “Mas por que Deus faria uma coisa dessas? Não seria um ato arbitrário de Sua parte?” O salmista responde, sem detença: “Porque o Senhor é justo. Ele ama a justiça!” Se Deus é justo, Ele aplicará a recompensa merecida para os ímpios que rejeitaram o oferecimento de Sua misericórdia que custou o imenso sacrifício de Jesus Cristo na Cruz do Calvário, em que o Filho de Deus derramou o Seu sangue pelo preço do resgate de todos os ímpios habitantes da terra. A medida da justiça divina não é avaliada meramente por pecados praticados, mas pela rejeição da Sua graça e do oferecimento da salvação.

Todos quantos aceitarem esse maravilhoso Dom passarão pelo fogo purificador do Espírito Santo (Mt 3:11), e serão batizados por Ele nesse processo, em que esse fogo purifica a alma do pecado. Ele os santifica, após purificá-los, e os livra da ira inflamável que vem com fogo e enxofre sobre os desprezadores da Sua graça.

O fogo tem o objetivo de purificar a Terra, a fim de que possa ser novamente habitada por todos os que foram redimidos. Mas aqueles que rejeitarem a obra de fogo do Espírito Santo, serão eles mesmos queimados com o fogo destruidor, porque não podem mais se separar do pecado que será consumido pelo fogo derramado dos céus. O fogo, que destrói o pecado, destruirá também os pecadores que se identificaram com o pecado. Isso confirma a justiça de Deus.
Mas, disse Davi, o justo Deus ama a justiça. Ele não poderia dar um castigo que os ímpios não merecem, ou que ficaria além da justiça. Imagine se é justiça condenar os pobres pecadores de 70 anos a queimar pelos séculos intérminos da eternidade! Esse nunca foi o plano de um Deus que ama a justiça. Disse Jesus Cristo que cada pecador levará poucos ou muitos açoites de castigo, dependendo do grau de culpa que lhe é própria, conforme o conhecimento adquirido, e nada mais (Lc 12:47-48). Ninguém pagará um minuto a mais além do que merece! Isso é justiça! Portanto, a doutrina do tormento eterno não faz justiça ao caráter de Deus e prega a mentira de que Deus não ama a justiça!

O fogo do castigo há de destruir e não continuar queimando. Os pecadores impenitentes hão de passar pela segunda morte e perecerão, transformando-se em cinzas (Ml 4:3). Mas Deus não tem prazer na morte de ninguém (Ez 18:32). Portanto, Ele ainda apela para que todos se arrependam e se convertam dos seus maus caminhos.

3 - O que fará o Senhor com os justos? (v. 7, úp). Os justos serão recompensados, de tal modo que “Lhe contemplarão a face.” Esta é a suprema esperança de todos os cristãos. Jamais alguém pôde contemplar a face de Deus. Este foi o grande sonho de Moisés, que embora falasse pessoalmente com Deus, não podia Lhe contemplar a face. Então, um dia, não podendo sopitar esse o desejo imenso de ver a Deus, Moisés expressou o seu pedido nestas palavras: “Rogo-te que me mostres a Tua glória.” E Deus lhe respondeu: “Não poderás ver a Minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Êx 32:18,20). Era um sonho impossível!

Entretanto, há um dia marcado, em que todos os justos poderão contemplar a face de Deus e ser imortalizados nessa contemplação gloriosa. Esse dia está chegando, e você também pode se candidatar para ser um dos felizardos. Jesus Cristo está voltando, o nosso Senhor estará retornando em glória e majestade e os justos contemplarão a Sua face e viverão!

CONCLUSÃO

O Senhor é o nosso Refúgio! Enquanto que os ímpios serão destruídos pela ira de Deus, Ele é o Refúgio de Sua própria ira de fogo e enxofre, para o Seu povo que busca hoje a Sua vontade. O sangue de Cristo é o resgate do fogo que queimará os rebeldes pecadores, que rejeitarem esse Dom de Deus em Seu filho!

Prepare-se, busque a comunhão com Deus, resolva pertencer inteiramente ao seu Salvador. Não permita que as distrações do mundo ímpio o desviem desse maravilhoso futuro! Jamais esqueça que o Senhor é o nosso Refúgio, em todo o tempo, lugar ou circunstância. Ele pode salvar totalmente a você agora, e está Se esforçando para que você atenda ao Seu chamado! Não deixe essa decisão para depois! Amanhã pode ser tarde demais! Abandone o seu pecado predileto. Busque o Refúgio em Deus e no Salvador Jesus Cristo.

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

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