UMA MULHER DE ORAÇÃO

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domingo, 24 de julho de 2011





Meu Filho
No dia em que esta velha já não seja mais a mesma,
tenha paciência e me compreenda...
Quando vier a derramar comida em minha roupa
ou a esquecer de amarrar meus sapatos,
lembre-se das horas que passei ensinando-o
a fazer as mesmas coisas...
Se ao conversar comigo,
eu vier a repetir a mesma história,
que você já sabe de cor como termina,
não me interrompa e me escute...
Quando você era pequeno, para que dormisse,
tive que contar milhares de vezes as mesmas histórias,
até que fechasse seus olhinhos.

Quando estivermos reunidos, se por ventura eu,
sem querer, vier a fazer minhas necessidades,
não sinta piedade de mim,
compreenda que não tenho culpa por isso,
pois já não posso mais controlá-las.

Pense em quantas vezes, quando você era pequenino,
eu não o ajudei e fiquei pacientemente
ao seu lado esperando que você terminasse
o que estava fazendo.

Não me recrimines por não querer tomar banho,
nem me repreenda por isso.
Lembre-se dos momentos em que tive que persegui-lo
e nos mil pretextos que tive que inventar para
fazer mais agradável seu asseio.
Aceita-me e me perdoa,
agora a criança sou eu.

Quando me vir atônita e desamparada em frente
a todas as parafernálias tecnológicas,
que não consigo entender,
suplico que me dê todo o tempo que me seja necessário,
sem me menosprezar com seu sorriso tolerante.

Lembre-se que fui eu quem lhe ensinou tantas coisas:
comer, vestir-se e sua educação para enfrentar
a vida tão bem como você faz,
são produtos de meu esforço e perseverança...
e por meu amor a você.

Quando algumas vezes, ao conversarmos,
eu vier a esquecer sobre o que estávamos falando,
me dê o tempo necessário para que eu me lembre e,
se eu não conseguir fazê-lo, não zombe de mim,
talvez não fosse muito importante
o que falávamos e eu me conforme em
que só me escute nesse momento.

Se alguma vez eu não quiser comer,
não insista, sei quando posso e quanto devo comer...
compreenda também que com o tempo
já não tenho dentes para morder,
nem paladar para saborear.

Quando minhas pernas falharem por eu
estar cansada para andar,
dê-me sua mão terna para que eu me apóie,
como fiz quando você começou a caminhar
com suas pernas gordinhas e frágeis.

Finalmente,
quando algum dia me ouvir dizer
que já não quero mais viver e só quero morrer,
não se aborreça...
algum dia irá entender que isso não
tem nada a ver com seu carinho ou
com quanto eu o ame...
tente compreender que já não vivo,
senão sobrevivo e isso não é viver.

Sempre quis o melhor para você e
preparei os caminhos que você deveria percorrer,
pensa então que com esse
passo que me adiando em dar,
estarei construindo para você uma outra
rota em um outro tempo,
mas sempre com você.

Não se sinta triste
ou impotente por me ver como me vê,
me dê seu coração.
Compreenda-me e faça como fiz quando
você começou a viver,
da mesma maneira como acompanhei em seu caminho,
rogo-lhe que me acompanhe até terminar o meu,
dando-me amor e paciência,
que eu lhe devolverei em gratidão e sorrisos,
com o imenso amor que tenho por você.
Autor Desconhecido       


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