Sejamos Trigos
"Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não O serve". Malaquias 3:17-18
Eu gosto muito desta citação bíblica:
“Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade;” (Deuteronômio 30:19-20)
Os críticos do cristianismo alegam haver aqui uma contradição. Afirmam que ao dar essas duas opções Deus está Se revelando ditatorial. Isto é, “você tem essas duas opções, mas se não escolher a minha opção você está simplesmente ferrado”.
Acontece que este é realmente o resultado. Vida plena realmente só conquistamos em Deus. No mais, na melhor das hipóteses, é uma vida de 80 ou 90 anos. Ora, não são apenas duas opções! É uma chance para viver por toda a eternidade e outra para viver de 0 a no máximo 120 anos ( e olhe que chegar até aqui é para muitos, muitos poucos!).
Acontece que este é realmente o resultado. Vida plena realmente só conquistamos em Deus. No mais, na melhor das hipóteses, é uma vida de 80 ou 90 anos. Ora, não são apenas duas opções! É uma chance para viver por toda a eternidade e outra para viver de 0 a no máximo 120 anos ( e olhe que chegar até aqui é para muitos, muitos poucos!).
Em seu artigo na Revista Época, “O universo não precisa de deus”2, Peter Moon escreveu:
“[...] Argumentar significaria prolongar a conversa e a perda de tempo. E o tempo é o bem mais escasso da vida. Começa-se a perdê-lo no instante em que se nasce. A morte, seguida pelo esquecimento, é o denominador comum da vida. Por que esta é uma ideia tão desconfortável? [...]Segundo os biólogos evolutivos, a fé pode ter surgido como uma invenção intelectual que fornecia sentido à vida num mundo infestado por feras e açoitado por desastres naturais. Na luta pela sobrevivência, a evolução da fé e do seu subproduto, a religião, podem ter servido para amalgamar o tecido social, congregando bandos de caçadores indefesos em aldeias e em tribos.
Pertencer a uma tribo era uma vantagem adaptativa considerável. Os homens caçavam e guerreavam em grupo. As mulheres, também em grupo, colhiam frutas e raízes, cozinhavam, teciam, pariam e cuidavam dos filhos. Quando ocorriam estiagens prolongadas, as chances de sobrevivência eram maiores entre os membros da tribo do que entre os caçadores de bandos isolados. Em épocas de fartura, a população da tribo aumentava. A necessidade de encontrar conforto no sobrenatural, também. [...]
Na história da vida na Terra, a evolução da consciência é um acidente de percurso. Neste sentido, nós somos privilegiados e vivemos num momento mais do que especial. Não vivemos mais num mundo assombrado pelo demônio. Graças à ciência, o bicho homem descobriu enfim qual é o seu lugar no cosmo. Se em algum momento nos 4,5 bilhões de anos deste planeta existiram deuses, então eles somos nós.
Ainda assim, entra ano e sai ano, em qualquer região do planeta, em sociedades ricas e também nas menos desenvolvidas, toda a vez que se faz uma pesquisa para tentar aferir o grau de religiosidade de determinado país ou extrato da sociedade, o resultado é sempre o mesmo. Repetidamente, 99% dos entrevistados dizem ter alguma forma de fé ou de espiritualidade, afirmam pertencer a uma religião formal, crer num deus ou em uma entidade criadora. Eles crêem na vida eterna, na vida após a morte, em reencarnações, no sobrenatural, em anjos e em demônios. [...]”
O quadro é exatamente esse: há os que crêem em Deus e Sua proposta de vida, há os que não crêem, por isso a rejeitam. Mas, há também os que crêem, porém não levam uma vida em conseqüência.
Serão esses os discursos do amanhã?
Pertencer a uma tribo era uma vantagem adaptativa considerável. Os homens caçavam e guerreavam em grupo. As mulheres, também em grupo, colhiam frutas e raízes, cozinhavam, teciam, pariam e cuidavam dos filhos. Quando ocorriam estiagens prolongadas, as chances de sobrevivência eram maiores entre os membros da tribo do que entre os caçadores de bandos isolados. Em épocas de fartura, a população da tribo aumentava. A necessidade de encontrar conforto no sobrenatural, também. [...]
Na história da vida na Terra, a evolução da consciência é um acidente de percurso. Neste sentido, nós somos privilegiados e vivemos num momento mais do que especial. Não vivemos mais num mundo assombrado pelo demônio. Graças à ciência, o bicho homem descobriu enfim qual é o seu lugar no cosmo. Se em algum momento nos 4,5 bilhões de anos deste planeta existiram deuses, então eles somos nós.
Ainda assim, entra ano e sai ano, em qualquer região do planeta, em sociedades ricas e também nas menos desenvolvidas, toda a vez que se faz uma pesquisa para tentar aferir o grau de religiosidade de determinado país ou extrato da sociedade, o resultado é sempre o mesmo. Repetidamente, 99% dos entrevistados dizem ter alguma forma de fé ou de espiritualidade, afirmam pertencer a uma religião formal, crer num deus ou em uma entidade criadora. Eles crêem na vida eterna, na vida após a morte, em reencarnações, no sobrenatural, em anjos e em demônios. [...]”
O quadro é exatamente esse: há os que crêem em Deus e Sua proposta de vida, há os que não crêem, por isso a rejeitam. Mas, há também os que crêem, porém não levam uma vida em conseqüência.
Serão esses os discursos do amanhã?
1- “Puxa, bem-aventurado eu sou, ganhei a vida eterna! Sou feliz porque preservei minha fé. Cri em Quem realmente deveria crer!”
2-“Ferrei-me”, ou ainda “Que se dane!”
3- “Que tolo fui, no caminho da fé e, portanto perdido! Em que ou em quem realmente eu cri em minha vida inteira?”
Em Quem ou em que temos crido? Essa é uma importante questão. Não me cansarei jamais de citar esse pensamento de Stephen Covey: “Se a escada não estiver apoiada na parede correta, cada degrau que subimos é um passo a mais para um lugar equivocado.”
Na parábola de Jesus, registrada em Mateus 13: 24-26, o personagem do joio refere-se ao crente falso e hipócrita. Aquele que caminha junto com o cristão verdadeiro. Professa uma fé que em sua essência é nociva, assim como a cizânia. Mais comumente conhecida como joio.
Cizânia é uma gramínea nociva aos trigais. Na língua portuguesa tem o sentido figurado de “desavença, discórdia, incompatibilidade, desarmonia, intriga e malquerença”.3
Cizânia é uma gramínea nociva aos trigais. Na língua portuguesa tem o sentido figurado de “desavença, discórdia, incompatibilidade, desarmonia, intriga e malquerença”.3
Quem possui este comportamento são os que compõem o grupo do joio.
Gosto muito desses versos bíblicos de Deuteronômio porque eles me falam de um Deus zeloso e profundamente respeitador. Um Deus que não Se limita por Sua própria essência como Ser Onipotente, mas que paradoxalmente conhece Suas possibilidades e limites quando está diante do nosso livre arbítrio.
Gosto muito também desta verdade: “Cristo mesmo decidirá quem é digno de ser membro da família celestial. Julgará todo homem segundo suas palavras e obras. A religião nada pesa na balança. O caráter é que decide o destino”.1
Cristo é o grande Mestre; e como professor amava a Natureza. Em Seu ensino por parábolas, Cristo ligava a verdade divina às coisas e ocorrências comuns.
Trigo e joio crescem juntos nas mesmas zonas produtoras de trigo. O joio é considerado uma erva daninha desse cultivo. Há uma semelhança entre essas duas plantas chegando o joio em algumas regiões a ser denominado de o "falso trigo". Uma pequena quantidade de joio colhida e processada junto ao trigo pode comprometer a qualidade do produto obtido. Vem daí a famosa expressão "é preciso separar o joio do trigo".
Em Mateus 13:24-26 temos: "Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio."
"O campo", disse Cristo, "é o mundo." Precisamos, porém, entender isto como significativo da igreja de Cristo no mundo. A parábola é uma descrição pertinente ao reino de Deus, Sua obra pela salvação dos homens, e esta obra é executada pela igreja. Em verdade, o Espírito Santo saiu a todo o mundo; opera no coração dos homens em toda parte; mas é na igreja que devemos crescer e sazonar para o celeiro de Deus.
"O que semeia a boa semente é o Filho do homem, ... a boa semente são os filhos do reino, e o joio são os filhos do maligno."
A boa semente representa aqueles que são nascidos da Palavra de Deus, da verdade. O joio representa uma classe que é o fruto ou encarnação do erro, de princípios falsos.
"O inimigo que o semeou é o diabo." Nem Deus nem os anjos jamais semearam semente que produzisse joio. O joio é sempre lançado por Satanás, o inimigo de Deus e do homem.
No oriente, os homens vingavam-se muitas vezes do inimigo, espalhando sementes de qualquer erva daninha, muito semelhante ao trigo, em crescimento, em seu campo recém-semeado. Crescendo com o trigo prejudicava a colheita, e causava fadigas e prejuízos ao proprietário do campo. Assim Satanás, induzido por sua inimizade a Cristo, espalha a má semente entre o bom trigo do reino. O fruto de sua semeadura atribui ele ao Filho de Deus. Introduzindo na igreja aqueles que levam o nome de Deus, conquanto Lhe neguem o caráter, faz o maligno que Deus seja desonrado, a obra da salvação mal representada e almas postas em perigo.
Dói aos servos de Cristo ver misturados na congregação crentes falsos e verdadeiros. Anseiam fazer alguma coisa para purificar a igreja. Como os servos do pai de família, estão dispostos a arrancar o joio. Mas Cristo lhes diz: "Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa."
Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de ajuizar sobre caracteres e motivos. Conhece demasiado bem nossa natureza para que nos delegasse esta obra. Se tentássemos desarraigar da igreja os que supomos serem falsos cristãos, certamente cometeríamos erro. Muitas vezes consideramos casos perdidos justamente aqueles que Cristo está atraindo a Si. Se devêssemos proceder com essas pessoas segundo nosso parecer imperfeito, extinguir-se-ia talvez sua última esperança. Muitos que se julgam cristãos serão finalmente achados em falta. Haverá muitos no Céu, os quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam. O homem julga segundo a aparência; mas Deus vê o coração. O joio e o trigo devem crescer juntos até a ceifa; e a colheita é o fim do tempo da graça.
Há nas palavras do Salvador ainda outra lição, uma lição de maravilhosa longanimidade e terno amor. Como o joio tem as raízes entrelaçadas com as do bom trigo, assim falsos irmãos podem estar na igreja, intimamente ligados com os discípulos verdadeiros. O verdadeiro caráter desses pretensos crentes não é plenamente manifesto. Caso fossem desligados da congregação, outros poderiam ser induzidos a tropeçar, os quais, se não fosse isto, permaneceriam firmes.
A lição dessa parábola é ilustrada pelo proceder de Deus para com os homens e os anjos. Satanás é um enganador. Ao pecar ele no Céu, nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter. Durante longos séculos, suportou Deus a angústia de contemplar a obra do mal. Preferiu dar a infinita Dádiva do Gólgota, a deixar alguém ser induzido pelas falsas representações do maligno; pois o joio não podia ser arrancado, sem o risco de desarraigar a preciosa semente. E não seremos tão clementes para com nossos semelhantes, como o Senhor do Céu e da Terra o é para com Satanás?
Por haver na igreja membros indignos, não tem o mundo o direito de duvidar da verdade do cristianismo, nem devem os cristãos desanimar por causa destes falsos irmãos. Como foi com a igreja primitiva? Ananias e Safira uniram-se aos discípulos. Simão Mago foi batizado. Demas, que abandonou a Paulo, era considerado crente. Judas Iscariotes foi um dos apóstolos. O Redentor não quer perder uma única pessoa. Sua experiência com Judas é relatada para mostrar Sua longanimidade com a corrompida natureza humana; e nos ordena sermos pacientes como Ele o foi. Disse que até ao fim do tempo haveria falsos irmãos na igreja.
Apesar da advertência de Cristo, têm os homens procurado arrancar o joio. Para punir os que foram considerados malfeitores, tem a igreja recorrido ao poder civil. Os que divergiram das doutrinas dominantes foram encarcerados, martirizados e mortos por instigação de homens que pretendiam agir sob a sanção de Cristo. Mas atos tais são inspirados pelo espírito de Satanás, não pelo Espírito de Cristo. Esse é o método peculiar de Satanás de submeter o mundo a seu domínio. Por esta maneira de proceder com os supostos hereges, Deus tem sido mal representado pela igreja.
Na parábola de Cristo não nos é ensinado que julguemos e condenemos a outros, antes sejamos humildes e desconfiemos do eu. Nem tudo que é semeado no campo é bom trigo. O estarem os homens na igreja não prova que são cristãos.
O joio era muito semelhante ao trigo enquanto as hastes estavam verdes; mas quando o campo estava branco para a ceifa, a erva inútil nada se parecia com o trigo, que vergava ao peso das espigas cheias e maduras. Pecadores que pretendem ser piedosos confundem-se por algum tempo com os verdadeiros seguidores de Cristo, e a aparência de cristianismo tende a enganar a muitos; mas não haverá, na sega do mundo, semelhança entre os bons e os maus. Então, serão manifestos aqueles que se ligaram à igreja, mas não a Cristo.
É permitido ao joio crescer entre o trigo, desfrutar os mesmos privilégios de sol e chuva; mas no tempo da ceifa será vista "a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não O serve". Mal. 3:18. Cristo mesmo decidirá quem é digno de ser membro da família celestial. Julgará todo homem segundo suas palavras e obras. A religião nada pesa na balança. O caráter é que decide o destino.
O Salvador não aponta a um tempo em que todo o joio se tornará trigo. O trigo e o joio crescem juntos até a ceifa, o fim do mundo. Então o joio será atado em molhos para ser queimado, e o trigo será recolhido no celeiro de Deus”.1
"Então, os justos resplandecerão como o Sol, no reino de seu Pai. Mandará o Filho do homem os Seus anjos, e eles colherão do Seu reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes." (Mateus 13: 38- 42)
Podemos não ser sempre o que gostaríamos de ser, mas submetendo-nos a Deus, ligando-nos verdadeiramente a Cristo, é certo que não seremos mais quem já fomos. Sejamos, pois trigos.
______
1- Ellen White, Parábolas de Jesus, Porque Existe o Mal?
2- Peter Moon http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-tecnologia/noticia/2011/12/o-universo-nao-precisa-de-deus.html
2- Peter Moon http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-tecnologia/noticia/2011/12/o-universo-nao-precisa-de-deus.html
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