UMA MULHER DE ORAÇÃO

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RIO DE JANEIRO, RJ, Brazil

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A Vontade de Deus e sua Oração


por Morris Venden


O Livro - Introdução e Passos

Passo 6


Defendemos o ponto de vista de que o passo um, não ter nenhuma vontade própria em dado assunto, é o mais difícil de todos os passos. E muitos têm achado que o passo oito, o último passo no conhecimento da vontade de Deus em sua vida, é o mais emocionante, porque ali é onde você começa a ver as pegadas das forças celestiais a operar de um modo muito direto. Mas o passo seis é o mais importante de todos os passos, pedir a Deus que o guie na decisão que você está indo tomar. 

Se houvesse tempo para apenas um dos oito passos, este deveria ser o escolhido acima de todos os outros – a oração. Não há nada mais vital à vida do cristão, e não há nada mais indispensável em se tratando de conhecer a vontade de Deus. 

A oração tem sido freqüentemente negligenciada e subestimada. Muitas vezes prosseguimos com nosso próprio planejamento e projeto, e depois de já termos decidido como iremos proceder, subitamente nos lembramos de proferir uma oração simulada, pró-forma. Você já esteve presente em uma reunião de comissão, e talvez depois de discutir por várias horas os prós e contras, e finalmente levar os assuntos à votação, precisamente no momento em que todos estão prontos para ir embora e dar tudo por encerrado, alguém diz: "Vamos ter uma palavra de oração antes de terminar?" 

Ao enumerarmos a oração como o passo seis, não estamos de modo algum tentando estabelecer uma prioridade sobre os passos para o conhecimento da vontade de Deus em sua vida. A oração é necessária na combinação com cada um dos passos. Sem oração, não temos nenhuma esperança de atingirmos a condição de não ter nenhuma vontade própria. Sem oração, a leitura da Palavra de Deus pode demonstrar-se um positivo dano em vez de uma bênção. Talvez o maior benefício que podemos obter do aconselhamento com nossos amigos cristãos é angariar suas orações por nós, e conosco, nas decisões com que nos deparamos. A oração é vital do princípio ao fim do processo de buscar a orientação do Senhor, porque a oração é vital do princípio ao fim da vida cristã. 

Quando Neemias estava aflito por causa da falta de progresso na reconstrução do templo, o rei notou o seu triste semblante e indagou no tocante à sua causa. Neemias ficou surpreso. Não estava planejando discutir com o rei os seus problemas e os problemas do seu povo. Então o rei deixou Neemias ainda mais surpreso, dizendo: "Que me pedes agora?" Neemias 2:4. 

Neemias não teve tempo de considerar cuidadosamente as circunstâncias providenciais nem aconselhar-se com seus amigos piedosos. Tinha tempo para apenas uma coisa – a coisa mais importante – e imediatamente, ali mesmo na presença do rei, ele se utilizou deste mui importante passo no conhecimento da vontade de Deus. Diz ele: "Então orei ao Deus dos Céus."
 
Naquele mesmo instante, antes de tentar responder ao rei em sua própria sabedoria, Neemias buscou a orientação do Senhor, e esta lhe foi dada. As palavras que ele devia falar, o pedido certo a fazer-lhe foram dados imediatamente. 

Você pode muitas vezes achar-se em situações onde é exigida uma decisão imediata. Talvez na rodovia, uma escolha de fração de segundo lhe é imposta. Você pode tentar operar em sua própria sabedoria, ou pode fazer como fez Pedro em sua emergência sobre o mar, e clamar: "Senhor, salva-me." Talvez ao tentar ajudar a um amigo, a um vizinho ou a um membro da família você se ache em uma situação de não saber que palavras dizer. Você tem a escolha de confiar em sua própria sabedoria ou enviar ao Céu uma oração silenciosa pedindo assistência e sabedoria do Alto. Talvez você precise fazer uma escolha em conexão com assuntos comerciais que você não havia antecipado e para os quais você não teve tempo a gastar perseguindo os oito passos. Você pode confiar em seu próprio juízo, ou pode invocar o nome do Senhor como fez Neemias, e colocar sobre Ele o fardo da decisão. 

Mas novamente aqui somos lembrados da importância, da necessidade absoluta de passar tempo em comunhão e oração diária com Deus, antes de sermos atingidos por uma crise. Através de nossa comunhão e relacionamento com Ele dia a dia, Deus pode ficar tão perto de nós que quando quer que nos deparemos com uma provação ou com uma decisão inesperada, nossos pensamentos espontaneamente se voltarão para Ele tão naturalmente como a flor se volta para o sol. O inverso também é verdade. Se negligenciarmos a comunhão com Deus em uma base regular, quando vier a crise, Ele estará longe dos nossos pensamentos, e natural e espontaneamente procuraremos salvar-nos a nós mesmos e confiar em nossa débil sabedoria e força. 

Contudo, no terreno da oração, há muitos insights e critérios a serem obtidos que tornarão mais significativo e compreensível este mui importante passo, e por este motivo vamos considerar o lugar e a função da oração na busca do conhecimento da vontade de Deus em nossa vida. 

O primeiro princípio nesta conexão seria ressaltar sua importância, como vimos tentando nos parágrafos anteriores. Somos convidados a pedir. Somos instruídos a pedir. S. Lucas 11:9-13 é um exemplo: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?" Assim o Espírito Santo, o Guia fiel, é dado em resposta à oração. 

Por favor note que quando falamos de pedir a Deus que nos guie, não estamos recomendando pedir um sinal. Não estamos pedindo a Ele que envie um raio do céu azul ou faça descer fogo do céu. Tudo o que estamos fazendo é levar o assunto diante dEle, especificamente, e pedindo a Ele que assuma o controle da maneira como Lhe apraz. 

Deus não tem uma vontade concernente à sua vida. As pessoas às vezes dizem: "Ora, pode haver qualquer número de escolhas 'certas' em uma determinada decisão! Deus nos deu o cérebro para descobrirmos as coisas por nós mesmos, e seja o que for que decidirmos deve ser a vontade de Deus se usarmos o senso comum e o juízo que nos foi dado." Mas, como notamos antes, se fosse este o caso, um ateu ou infiel poderia ser precisamente tão guiado por Deus como o cristão que ora. 

Jonas raciocinou deste modo quando o Senhor o enviou a Nínive. Decidiu, baseado em seu próprio juízo e senso comum, que Társis seria um destino igualmente aceitável. Depois de alguns dias de isolamento, em um local um tanto interessante para um "retiro", ele reconsiderou seriamente sua atitude! O Senhor tem razões para dirigir nossos pés aos locais onde Ele prefere enviar-nos. Ele sabia o que estava fazendo quando enviou Filipe ao etíope, em vez de enviar Pedro ou João. Ele tinha um propósito específico ao levar a menina israelita para o lar de Naamã. Escolheu Ananias para alcançar o apóstolo Paulo, ainda cegado pela luz da estrada de Damasco, o qual estava orando pedindo orientação do Alto. 

Conquanto possa haver várias decisões aparentemente "boas", somente Deus está em condições de julgar se há uma decisão "melhor" e a revelar-lhe enquanto você procura conhecer Sua vontade. 

Não somos convidados a pedir orientação a Deus somente nas grandes decisões da vida, mas também nas pequenas. De fato, nos é dada a bendita oportunidade de buscá-Lo em oração no que diz respeito a todas as decisões, grandes ou pequenas, e conhecer Sua vontade para nós. Diz Filipenses 4:6 e 7: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus." 

Precisamos confiar muito menos no que podemos fazer e muito mais no que Deus pode fazer por nós. A vida do cristão não é departamentalizada, com algumas coisas bastante pequenas para serem manuseadas independentemente e outras coisas suficientemente importantes para necessitarem do auxílio divino. Não há nada demasiado pequeno, nem nada grande demais para ser levado a Deus em oração, permitindo-Lhe que controle e guie. Ele é o Deus para quem nada é impossível, que sustém o Universo com todos os seus mundos, estrelas e sistemas. Ele é também o Deus que Se preocupa com a erva do campo e com o pardal que cai ao chão. Ele conta o número de cabelos da sua cabeça. Quanto mais está Ele interessado em envolver-Se no que se passa dentro da sua cabeça! 

Assim, embora os oito passos para conhecer a vontade de Deus possam ser extremamente proveitosos no que concerne às maiores decisões, a única coisa à qual você sempre pode recorrer mesmo nas menores decisões da sua vida é a oração. 

Somos convidados a pedir auxílio para hoje, e deixar o amanhã nas mãos de Deus. Ele não pretende mostrar-nos de uma só vez todos os detalhes da nossa vida, ou seríamos esmagados. Seu plano é dirigir Seus filhos dia após dia. Disse Jesus no Sermão da Montanha: "Não vos inquieteis com o dia de amanhã." Uma das mais recentes traduções deste verso diz: "A preocupação de um dia é suficiente para um dia.”S. Mateus 6:34, Phillips. 

Conquanto seja verdade que algumas decisões devam ser tomadas de antemão, o auxílio divino é ainda oferecido quando necessário. Se você dispõe de trinta dias antes de dar uma resposta quanto a se irá ou não mudar-se para um novo emprego no próximo mês de julho, então você não precisa necessariamente saber o que decidir hoje. Você pode começar a orar, mas a resposta pode não vir por outros finte e nove dias! 

Quanta frustração e confusão advém à nossa vida quando tentamos ir adiante de nós mesmos e viver no futuro, em vez de levar a Deus dia a dia as decisões que precisam ser tomadas no tempo presente! Deus quer que partilhemos com Ele os detalhes da nossa vida. Não faz diferença se você está tomando uma grande ou pequena decisão, a oração provê uma oportunidade de partilhar com Deus os detalhes e buscar comunhão com Ele, conversando com Ele como se fosse com um amigo. 

Quando informamos nossos amigos de uma decisão com que nos deparamos, entramos em detalhes. Quer seja sobre uma mudança importante no emprego ou a mudança para uma nova parte do país, quer seja sobre a compra de um tipo de poltrona para a sala de estar ou outra, falamos através dos detalhes. Discutimos os prós e contras à medida que os vemos. Explicamos por que nos inclinamos mais em direção de uma escolha do que de outra. 

É o nosso privilégio como amigos de Deus discutir as coisas com Ele precisamente neste tipo de detalhe. Ezequias fez isto. Você já ouviu acerca do bom rei Ezequias. Está relatado em Isaías 37:14 que ele recebeu de Senaqueribe uma carta ameaçadora e blasfema. "Tendo Ezequias recebido a carta da mão dos mensageiros, leu-a; então subiu à casa do Senhor, estendeu-a perante o Senhor."
 
Acaso já não sabia Deus o que estava na carta? É claro que sim. Mas Ezequias ainda não a havia discutido com Ele, de sorte que fez um passeio especial ao templo a fim de fazer isto.

Segue-se uma das orações clássicas da Bíblia. Ezequias apresentou seus argumentos quanto ao motivo por que Deus deveria responder e livrar o Seu povo. Ele iniciou por onde se iniciaram tantas das notáveis orações da Bíblia, com uma declaração da grandeza e do poder de Deus. Ele prosseguiu descrevendo a grande necessidade do povo de Deus por livramento, e concluiu sua oração pedindo livramento do inimigo por causa de Deus, para que o Seu nome e reputação pudessem ser erguidos diante das nações vizinhas. O Senhor ouviu, como você se lembra, e operou um poderoso livramento para o Seu povo. 

Quanto tempo faz que você estendeu o seu caso diante do Senhor ao deparar-se com alguma decisão? Tomando tempo para partilhar com Deus os detalhes da nossa vida, abrimos a Ele um canal para que Ele possa comunicar-nos Sua vontade. 

Ao pedir a Deus que nos guie nas decisões com que nos deparamos, é importante aprender a esperar por Sua resposta. Espera você que sua oração por orientação seja respondida? Então espere para ver de que forma vem a resposta. A Bíblia apresenta todos os tipos de exemplos de métodos pelos quais Deus tem respondido ao Seu povo em suas orações por Sua orientação e ajuda. Talvez Deus nem sempre responda da maneira como esperamos. Ele usa uma variedade de métodos. Mas espere por Sua resposta, porque a promessa é certa de que quando O buscarmos, O acharemos; quando você O invocar, descobrirá que Ele está perto. 

Lembra-se de Natanael debaixo da árvore, orando por uma revelação da vontade de Deus a respeito do messiado de Jesus? Em resposta à oração de Natanael, Deus enviou Sua orientação através de um instrumento humano. Filipe veio e o encontrou ali debaixo da árvore, e Natanael foi capaz de reconhecer a orientação divina. 

O etíope estava dentro da sua carruagem, vindo de Jerusalém e atravessando o deserto rumo à sua pátria. Pedia sabedoria e compreensão concernente às coisas que estava lendo, e Deus enviou Filipe, através de métodos miraculosos, para tornar-se a primeira pessoa registrada que viajou de carona. 

Josafá estava em dificuldades por causa dos amonitas e moabitas e todos os demais "itas" que estavam vindo batalhar contra ele, conforme está relatado em II Crônicas 20. Ele convocou uma reunião de oração, buscando a orientação e o livramento divino, e Deus enviou o Espírito de profecia. Um homem de nome estranho apareceu de surpresa na reunião de oração e comunicou a resposta de Deus à petição deles. 

Balaão, que pediu a orientação divina, mas que realmente não a queria para todas as coisas, recebeu-a de uma jumenta. Balaão teria feito bem se tivesse dado ouvidos à sua jumenta. 

Daniel e seus companheiros foram ameaçados de morte, juntamente com os chamados sábios de seus dias, porque ninguém pôde interpretar o sonho do rei. Mas em resposta à oração de Daniel e de seus amigos, buscando orientação do Senhor, a Daniel foi dado o mesmo sonho à noite. Você conhece o resto da história. 

A caminho do Egito para Canaã, Israel clamou ao Senhor por Sua orientação e proteção. Durante quarenta anos eles foram guiados por uma coluna de nuvem de dia e por uma coluna de fogo de noite, uma orientação que permaneceu com eles a despeito dos seus pecados e faltas, seus fracassos e murmurações. 

José se achava perplexo ante a notícia de que Maria estava prestes a ter um bebê. Orou pedindo sabedoria a fim de saber como reagir á situação, e Deus enviou um anjo em resposta à sua oração. Disse o anjo: "Não temas receber Maria, tua mulher." S. Mateus 1:20.  

Josué, o grande general dos exércitos de Israel, achava-se junto a Jericó, buscando auxílio do Alto, e o Capitão das hostes do Senhor respondeu à sua oração por orientação. 

Quando Elias orou, depois de fugir pelo deserto por quarenta dias e quarenta noites, Deus respondeu com um cicio tranqüilo e suave, em vez dos trovões, fogo e tempestade que Elias havia esperado. 

Há tantas maneiras diferentes em que Deus tem respondido as orações do Seu povo. Mas a tremenda verdade bíblica é que quando Seus filhos clamam por auxílio, por socorro, Ele responde. E que isto ainda é verdade hoje para os filhos de Deus. 

Provavelmente o maior motivo hoje da oração não respondida é que em primeiro lugar não oramos! Tiago diz isto em S. Tiago 4:2: "Nada tendes, porque não pedis."
 
Está você interessado em conhecer a vontade de Deus para sua vida e em receber poder do Alto para seguir Sua vontade quando a mesma for revelada? A resposta é oração. Muita oração, oração constante, oração fervorosa. Oração persistente. Não há mais importante método para conhecer a vontade de Deus concernente a você do que pedir a Deus que o guie na decisão que você precisa tomar.



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