UMA MULHER DE ORAÇÃO

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domingo, 11 de março de 2012

ACONTECEU COM UMA IRMÃO EM CRISTO


 
Num dos dias da última semana de agosto/2010, eu iria contar mais uma história infantil, como sempre faço em meu ambiente de trabalho, cuja atividade chamamos de “Hora do Conto”.
Estava diante de um grupo, composto por 28 crianças, na faixa dos 5 anos. Até aí tudo normal, porém, ninguém imaginava o que poderia acontecer nos minutos subsequentes.
Quando comecei a falar, um menino se levantou e começou a expressar uma total agressividade, sem limites. Uma das professoras foi intervir para fazer com que o menino se aquietasse, mas além de não conseguir dominar o aluno, o que recebeu foi uma rajada de chutes em suas canelas.
Solidária com a professora, e interpretando que fosse uma simples carencia afetiva, do tipo para chamar a atenção sobre si, me propus a convidá-lo para que viesse sentar ao meu lado e me ajudasse a contar a história para os coleguinhas. Ledo engano; antes, tivesse deixado que a professora resolvesse sozinha. A questão é que nunca sabemos quais serão as consequências de uma boa ação.
Primeiro, quando chamei o menino pelo nome, ele se aquietou, virou-se para mim, como se fosse um adulto e perguntou-me com toda altivez:
- Como você sabe meu nome? -
Eu disse: – Simples, a outra professora que me disse!
Então ele veio para junto de mim, mas agora diante de todos os seus coleguinhas, ele se encontrava em posição privilegiada para continuar seu show, arrastando cadeiras e engatinhando por baixo delas.
Eu estava sentada num pequeno banquinho, próprio para ficarmos mais próximas das crianças quando vamos contar historias. Como percebi que meu trabalho seria improdutivo tentar falar num ambiente desses, levantei-me, peguei nos braços do menino, com força suficiente para detê-lo, mas sem machucá-lo; com segurança e firmeza na voz, coloquei-o sentado numa cadeira, dizendo: – “senta aqui e fique quieto!”.
A reação do menino foi proferir uma enxurrada de frases que registro a seguir:
- Me solta que eu vou chamar a polícia e você vai ser presa!
- Você é louca!
- Eu vou cuspir no teu rosto!
- Eu vou morder teu nariz!
Como eu demonstrasse impassividade para ver até onde iria aquele descontrole, ele soltou a última frase:
- Vamos ver quem é mais forte!
Só tive tempo de responder:
- Deus é mais forte! (entendi que o problema do menino não era físico nem emocional, mas espiritual)
Em seguida, aquele menino de apenas 5 anos, conseguiu se soltar das minhas mãos e com sua mão direita, arranhou meu braço esquerdo e com sua mão esquerda me deu um forte soco no meu olho direito.
Diante dessa situação, em pensamento, pedi a Deus que me ajudasse a manter minha temperança, equilibrio, paciência, dignidade, amor, compaixão, longanimidade e humildade. E Ele me ajudou dando-me forças para contornar a situação, ainda que meu olho estava doendo bastante.
Virei-me para as demais crianças e disse que estaria mudando de posição dentro da sala e pedi que as crianças mudassem de posição, num ângulo de 90°. Dessa forma eu poderia fazer a atividade sem que as crianças se distraíssem com o show que o menino continuava a fazer.
Nem sei como, mas contei a história por duas vezes, como sempre fazemos, e no final, disse:
- Vocês não precisam se preocupar comigo, pois vou colocar remédio e vou sarar; mas quando vocês voltarem para a sala de vocês, abracem o coleguinha, deem um beijo nele digam: – eu te amo! Cuidem dele, pois ele tem um probleminha de saúde e a professora vai estar cuidando disso.
Fui medicada e entrei de licença médica por 5 dias para poder fazer exames médicos mais especializados, como forma de verificar se não houve sequelas, pois, na verdade, o incidente precisa ser considerado como acidente de trabalho.
Meu objetivo de publicar este texto, é levar a nossa sociedade a refletir sobre as seguintes questões:
- Qual seria o motivo de uma criança de apenas 5 anos tomar esse tipo de atitude tão violenta?
- De quem seria a culpa? Dos pais? Da escola? Da sociedade? Dos meios de comunicação? Da Igreja? (soube que o menino é filho de pais cristãos e que não só na escola, mas também na igreja, ele tem esse tipo de comportamento) Do médico neurologista que não deu o medicamento adequado para controlar a agressividade da criança? Do governo? Do sistema educacional?
- Quem deverá ser responsabilizado? Os pais? A Escola? Os meios de comunicação de massa? O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente? O médico? O governo? Ou o Pastor da Igreja onde a familia é membro?
Como também sou cristã, me sinto à vontade para levar o leitor a refletir sobre questões comportamentais dos filhos de pais que se dizem cristãos.
Deixo aqui registrado, alguns textos bíblicos e também convido aos pais para lerem meu comentário sobre o Filme “Ponte Para Terabítia” e, melhor ainda, é que você que está enfrentando problemas de agressividade com seus filhos, alugue o Filme sugerido e assistam. Tenho certeza que o Espírito Santo vai falar ao seu coração e te orientar quanto à necessidade de mudança de comportamento.
Textos Bíblicos para reflexão:
“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Nem todo aquele que me diz: “Senhor, Senhor”, entrará no reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia. “Senhor, Senhor,, não profetizamos em teu Nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?” Então eu lhes direi claramente: “Nunca os conheci. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal!” (Palavras de Jesus no Sermão da Montanha: Bíblia Sagrada NVI, Mt. 7:15, 21-23)
“Vocês são o sal para a humanidade; mas se o sal perder o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É  jogado fora e pisado pelas pessoas que passam.” (Palavras de Jesus no Sermão da Montanha: Bíblia Sagrada NTLH, Mt. 5:13)
“Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo. Como dizem as Escrituras: “Respeite o seu pai e a sua mãe” E Esse é o primeiro mandamento que tem uma promessa, a qual é: “Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra”. Pais não tratem seus filhos de um jeito que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos.”  (Bíblia Sagrada NTLH, Ef. 6:1-4)
“Gravai estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal nas vossas mãos, e ponde-as como faixas entre os vossos olhos. Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado na vossa casa, andando pelo caminho, deitando-vos e levantando-vos. Escrevei-as nos umbrais de vossas casas, e nas vossas portas, para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a vossos pais, como numerosos são os dias em que o céu permanecer sobre a terra.” (Bíblia Sagrada Thompson, Dt. 11:18-21)
Concluindo: O sal não está conseguindo temperar a sociedade. Se os pais não assumirem seu papel de educar seus filhos, o Governo o fará, porém, apenas exercendo as leis em vigência no país. É hora de acordarmos e lembrarmos de algumas palavras esquecidas pela atual sociedade: bom senso, ética, valores morais, amor, educação, respeito ao próximo, direitos e principalmente deveres.
Por Sonia Valerio da Costa
Em 28/08/2010

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