UMA MULHER DE ORAÇÃO

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domingo, 11 de março de 2012

Quando Começamos a Amar…


O objeto amado ou objeto do desejo, pode ser para o menino, alguém que se assemelhe à figura materna e, para a menina, a figura paterna.
Todos nós temos uma imagem formada de nosso objeto de desejo e procuramos nos objetos do mundo, algo que se assemelhe a ele. Não é todo dia que encontramos aquilo que é a imagem exata de nosso desejo; quando encontramos, sabemos bem identificar.
Quando o identificamos ou melhor, nos identificamos com essa figura inconsciente, formada dentro de nós, passamos a investir libido nesse objeto de desejo e então  dizemos que começamos a amar. É normal que nessa fase, tenhamos conflitos existenciais, proporcionando medo e dúvida por não saber ainda, se é amor ou apenas uma amizade.
Para esclarecer essa diferença de amores, precisamos entender que o amor que resulta apenas em amizade, é porque o investimento de libido foi inibido em sua finalidade genital. Portanto, toda relação afetiva, seja de amor ou amizade, é do ponto de vista da psicanálise, um investimento de energia sexual.
Assim, alguns investimentos em objetos de desejo que nos identificamos, a finalidade é inibida e tornada inconsciente, sobrando para o consciente, apenas um sentimento de amizade. O investimento de amor, carinho e compreensão, é o mesmo para os dois tipos de amor; a diferença está apenas que, para o amor, a libido é liberada conscientemente e para a amizade, a libido é bloqueada no inconsciente.
Quando se encontra o objeto do desejo a libido age de forma racional, pois analisa os prós e os contras, para que, havendo desejo de ser liberada, que essa liberação seja feita de forma consciente. Uma forte amizade que não consegue conter o investimento da libido, proporciona a existência do amor no sentido pleno da palavra.
O contrário também é possível; quando não se consegue superar traumas antigos por questões ou convenções sociais, a libido acaba sendo bloqueada involuntariamente; assim, o que poderia ser um amor no sentido pleno da palavra, acaba não conseguindo ser, nem memo uma amizade.
Esses traumas podem ser superados com a ajuda de aconselhamento pastoral, desde que seja alguém de muita confiança, idoneidade e que tenha preparo para esse acompanhamento; é de muita importancia também, a terapia feita com  profissionais da área da psicologia e mesmo psiquiatria.
A ciência do comportamento tem se expandido bastante nas últimas décadas, mas ainda tem sido vista com certas reservas por alguns cristãos fundamentalistas, que acreditam que apenas oração e leitura bíblica são suficientes para superação de traumas emocionais.
O mal deste século tem sido a depressão, causada principalmente pela solidão e falta de alguém com quem possamos compartilhar nossas vivências. A amizade virtual é muito boa, porém não substitui o calor humano, que só pode ser usufruido em sua plenitude, quando podemos abraçar pessoalmente a quem amamos.
Certa vez, um dos doutores da lei, perguntou para Jesus, para o experimentar, dizendo: “Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Bíblia Sagrada, Mt. 22:35-40)
Com base nestes mandamentos, como poderemos amar nosso próximo como a nós mesmos, se não conseguimos obter uma interatividade pessoal com ele? É apenas na convivência pessoal que conseguimos desenvolver sadiamente frutos do Espírito em nosso carater, com relação aos sentimentos de tolerência, bondade, benignidade, paz, mansidão, temperança, amor, confiança e paciência; se não tivermos contato pessoal e físico com o nosso semelhante, esses frutos serão improdutivos.
Não podemos nos enganar: ser cristão dentro de um templo (igreja), ou apenas no mundo virtual, é muito fácil; porém, o dia que nossos frutos forem colocados à prova, poderão ser reprovados pelo fogo.
Vamos exercitar o amor fraternal, que é o amor amigo; quanto ao amor que houver uma predisposição de se investir nossa libido, que seja exercido apenas entre pessoas de sexos opostos, pois esse amor é o amor conjugal, aprovado por Deus que o instituiu, e que proporciona a perpetuação da nossa espécie.
Não ofereça apenas amizade a quem está pedindo amor. Não ofereça amor a quem só pode dar amizade. Em ambas as situações, os sentimentos serão destruídos e proporcionarão corações machucados, feridos e traumatizados. Não podemos brincar com os sentimentos de ninguém.
Fonte: BOCK, Ana M. Bahia e outros. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 9.ed. São Paulo, Saraiva, 1996.

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