UMA MULHER DE ORAÇÃO

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Estudo IV - ORAÇÕES DE TRIUNFO: Ana e Maria


"Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória."I Samuel 2:8

QUANDO QUER PRODUZIR UM GRANDE LÍDER, Deus geralmente começa com a mãe, a quem Ele molda por meio de profundas provações. Susana Wesley (1669-1742) foi uma mãe assim. Esposa de pastor, Susana era brilhante, determinada e profundamente religiosa. Em 21 anos, ela foi mãe de 19 filhos, nove dos quais morreram na infância. Susana educou seus filhos em casa, ensinando-lhes o alfabeto assim que chegavam aos cinco anos, e usava Gênesis 1 como material de leitura. Além dos cultos diários, ela organizava entrevistas semanais com cada filho para aconselhamento pessoal sobre sua condição espiritual. Certa vez, um membro da igreja, irado, ateou fogo à casa dela. O pequeno João, de seis anos de idade, quase morreu. Como resultado, Susana sentia uma preocupação especial por este filho. Ela escreveu em seu diário: "Pretendo ser mais cuidadosa especialmente com a condição espiritual desse filho... para transmitir à sua mente os princípios da religião e da virtude verdadeiras." Foi desse berço dinâmico que João e Carlos Wesley se ergueram para liderar o movimento metodista – João, com sua vida de ministério e habilidades de organização, e Carlos, com mais de 6.000 hinos que enriqueceram o mundo cristão.

Susana estava caminhando nas pegadas de suas antepassadas espirituais, Ana e Maria, cujas orações de triunfo nos inspirarão neste estudo.

Espinhos no Ninho - I Sam. 1:1-18

Quando Deus quis dotar Seu povo com um grande profeta, escolheu uma família muito interessante para o profeta que nasceria. Elcana, o pai, embora descendente do ímpio Coré, dos dias de Moisés (I Crôn. 6:33-38Núm. 16), era um levita piedoso e um marido amoroso (I Sam. 1:3 e 8). Sua esposa, Ana, também era piedosa. Por que, então, a vida deles era tão infeliz? I Sam. 1:1-8.

Naqueles dias, as mulheres obtinham seu valor próprio tendo filhos, assim como hoje algumas mulheres obtêm satisfação em sua carreira. Durante os dias de Ana, as pessoas acreditavam que ser estéreis era uma terrível punição de Deus.

É natural que uma esposa exija atenção exclusiva dos afetos de seu marido. Nenhuma mulher se contenta em ser a segunda. Segundas esposas como Hagar, Léia e Penina, sentiam-se ameaçadas por causa da evidente atração do seu marido pela esposa preferida. Ciumenta e amargurada, Penina tentava preservar a auto-estima humilhando Ana. Ela continuou esse tratamento abusivo ano após ano, até que Ana foi levada a desesperar-se. Além disso, Penina sentia-se superior por causa dos filhos que tinha.

"Ana tinha muitas razões para sentir-se desencorajada e amargurada. Ela era incapaz de ter filhos; dividia o marido com uma mulher que a ridicularizava (1:7); seu marido amoroso não podia resolver o problema (1:8); e até o sumo sacerdote interpretou mal seus motivos (1:14). Mas, em vez de vingar-se ou de abandonar a esperança, Ana orava. Ela apresentou honestamente seu problema perante Deus.

"Todos podemos enfrentar períodos de esterilidade, quando nada ‘vem à luz’ em nosso trabalho ou em nossos relacionamentos. É difícil orar com fé quando nos sentimos tão inúteis. Mas, como Ana descobriu, a oração abre o caminho para Deus trabalhar... ."

Dificuldades no Santuário - I Sam. 1:3-202:12-17

Requeria-se dos homens israelitas que assistissem às festas religiosas no santuário três vezes por ano (Deut. 16:16). Elcana e sua família expressavam sua devoção a Deus fazendo essas peregrinações (I Sam. 1:3). Duas forças estavam em operação no santuário nessa época. Em oposição ao Senhor estava um sacerdócio corrupto, culpado de extorsão, glutonaria e de assédio às mulheres que ali iam adorar. Por seu comportamento escandaloso, os filhos de Eli- Ofni e Finéias, eram uma desgraça à adoração de Deus (I Sam. 2:12-17 e 22). Em contraste, havia aqueles como Ana, que oravam a Deus com cada fibra de seu ser.

Que características ou qualidades assinalaram a conversa de Ana com Deus?

Eli, acostumado com a embriaguez em seus filhos, logo suspeitou de Ana. Elcana havia acabado de reprová-la por não comer e não beber, e agora Eli a repreendia por comer e beber demais! Sob a dor dessa repreensão, Ana respondeu calmamente sem revelar suas tristezas (vs. 15 e 16). Eli foi rápido em abençoá-la; e, crendo que Deus ouviria sua oração, Ana guardou suas tristezas e tomou parte na festa (vs. 17-19). Leia a resposta de Deus nos versos 19 e 20.

Às vezes, Deus escolhe uma mulher estéril para ter um filho especial – uma mulher como Sara, Rebeca, Raquel, Ana e Isabel. A agonia de desejar um filho por um longo tempo cria freqüentemente um intenso compromisso pelo bem-estar da criança, quando ela finalmente chega. Mas poucas mulheres consentiriam em oferecer esse filho de volta ao Senhor, como fez Ana. O sacrifício de seu filho e o quase sacrifício do filho de Abraão refletem, em certa medida, o sacrifício de Deus em nos dar Seu Filho.

Gratidão! - I Sam. 1:212:11

O que o cuidado de Ana por Samuel revela sobre sua fidelidade quanto ao voto que fizera a Deus? I Sam. 1:11, 21-23

Ana decidiu não assistir às festas enquanto Samuel era pequeno, para começar a educá-lo desde a infância. Observando suas faculdades que se expandiam, e ouvindo seu balbuciar infantil, cingia-o mais estreitamente em suas afeições. Era seu único filho, uma dádiva especial do Céu; mas recebera-o como um tesouro consagrado a Deus, e não queria privar o Doador daquilo que Lhe era próprio.

Quando finalmente voltou a Siló, Ana trouxe Samuel consigo. Depois de ter sido feito um sacrifício, ela trouxe seu filho a Eli e disse: "Ah! Meu senhor, tão certo como vives, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao Senhor. Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali o Senhor" (I Sam. 1:26-28). Ana acreditava claramente que o Deus que lhe dera essa criança em resposta à oração poderia criá-la. Graças à educação que lhe dera, o pequeno já sabia adorar a Deus (v. 28).

Leia a oração de louvor de Ana. I Sam. 2:1-10.

"Como resultado de sua completa submissão ao Senhor, [Ana] está feliz pelo privilégio de devolver ao seu Criador o que Ele lhe dera. Assim fazendo, ela experimenta a mais elevada forma de alegria, pois não aprendera a apreciar Sua amorosa bondade de uma nova maneira? ...

"A experiência de Ana pode ter-se provado a maior bênção que poderia sobrevir à vida de Penina. Deus estava tão ansioso de salvar Penina como de salvar Ana. Como Ele poderia realizar isso de maneira mais poderosa do que mostrando a exaltação de um coração que confiava nEle e não devolvia mal por mal?".

Vitória! - I Sam. 2:1-10

Por que Ana ficou tão feliz? Qual era sua fonte de alegria? I Sam. 1:1-3

Penina e seus filhos (os "inimigos" de Ana) não tinham dúvida de que ela estava sob a maldição de Deus, mas o nascimento de Samuel era evidência de que Deus a vindicara. Ana viu nesse filho a promessa de muitos mais (vs. 1 e 5; Compare com o v. 21). Ela se regozijou nessa futura bênção de ter mais filhos quando disse: "O meu coração se regozija no Senhor, a minha força está exaltada no Senhor" (v. 1). Em nossa debilidade humana, freqüentemente nos sentimos fracos e inseguros. Como Ana, precisamos basear nosso valor próprio em Deus, a nossa Rocha.

Em linguagem figurada (I Sam. 2:1-10), Ana nota a reversão da sorte do povo de Deus e de Seus inimigos.

Em sua oração de louvor, Ana deixa a situação pessoal e trata de um mundo mais amplo. Falando sobre a guerra (vs. 4 e 10), ela podia estar pensando nas guerras de Israel com os filisteus. Sob Samuel, o Senhor realmente os conquistou com o trovão do céu (v. 10I Sam. 7:10).

A última parte do verso 10 é especialmente esclarecedora. Visto que Israel ainda não tinha rei, quem poderia ser o rei do Senhor e Seu ungido? Tanto os comentaristas judeus como os cristãos interpretam esta como uma passagem messiânica. Pode ser profética de Davi, mas ela faz referência a algo posterior, o "Filho de Davi" (Mat. 12:23), Jesus, o Messias. Ele só será exaltado quando "o Senhor julgar os fins da Terra" (I Sam. 2:10).

O Triunfo de Maria - Lucas 1:26-56

Quando Deus decidiu que Samuel seria Seu profeta para trazer Israel de volta a Si, primeiro escolheu uma mãe para educá-lo. Quando Deus enviou Seu Filho como Salvador do mundo, novamente Ele escolheu uma mulher especial para ser a mãe.

Desde então, Deus prometeu que um "descendente" da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gên. 3:15). Muitas mulheres em Israel esperavam ser a mãe do Messias prometido. No nascimento de Caim, Eva exclamou: "Concebi um homem, o Senhor" (Gên. 4:1, tradução literal). Mas ela estava enganada. Milhares de anos se passaram, e a esperança enfraqueceu. Então, um anjo veio à cidade de Nazaré (a raiz dessa palavra significa "atalaia"; "rebento"; "raiz"; ou "ramo"), onde Jesus, o Renovo da raiz de Jessé, cresceria (Isa. 11:1Mat. 2:23). Naquela cidade, o Senhor achou uma jovem mulher para ser a mãe do Messias.

Tanto Maria como Ana sentiram-se exaltadas pelo dom de um filho. Deus executou um milagre para cada uma delas – uma concebendo, apesar da esterilidade; a outra concebendo, apesar da virgindade. As duas mulheres transbordaram gratidão a Deus por fazer grandes coisas por elas.

Maria era resoluta e possuía um profundo conhecimento das Escrituras. Sua oração espontânea de alegria está cheia de referências às Escrituras hebraicas. Seu conhecimento dessas escrituras a ajudou a equipar-se para o papel como a principal professora na vida de Jesus.

Leia a oração de louvor de Maria em Lucas 1:46-55. Que frases dessa oração mencionam os seguintes textos do Antigo Testamento?

Lucas 1:52. "A referência aqui é dirigida particularmente aos opressores. Talvez Maria tivesse em mente o cruel tirano Herodes, que não apenas assassinou milhares de judeus, mas até seus parentes mais próximos. ... A literatura judaica contemporânea revela também o fato de que as pessoas comuns freqüentemente sofriam intensamente de opressão econômica". Maria e Ana aprenderam com a necessidade e experimentaram os benefícios de orar a Deus. A experiência delas nos ensina como temperar nossas orações com louvor. "Louvar a Deus em plenitude e sinceridade de coração é tanto um dever quanto o é a oração. Devemos mostrar ao mundo e a todos os seres celestiais que apreciamos o maravilhoso amor de Deus à humanidade decaída, e esperamos maiores bênçãos de Sua infinita plenitude. Muito mais do que o fazemos, precisamos falar dos capítulos preciosos de nossa experiência. Depois de um derramamento especial do Espírito Santo, nossa alegria no Senhor e nossa eficiência em Seu serviço aumentariam grandemente com o recontar Sua bondade e Suas maravilhosas obras a favor de Seus filhos."

A dor que Ana suportou como resultado de sua infertilidade e os insultos de sua rival a prepararam para um grande papel na história de Israel. A humildade de Maria a preparou para a mais elevada responsabilidade já confiada a um ser humano – educar o Filho de Deus. As experiências das duas mulheres produziram orações poderosas, que ainda nos ensinam e inspiram o povo de Deus. Nossa experiência com a oração também pode nos atrair para mais perto de Deus e de nossos semelhantes.

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