Estudo VI - UM LUGAR PARA DEUS HABITAR

"Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e Me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei dos Céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra." II Crônicas 7:14 A LUZ VIAJA A 300.000 quilômetros por segundo. Significa que pode dar sete voltas ao redor do globo, na piscadela de um olho. Mas, mesmo a essa velocidade, a luz leva 4,3 anos para alcançar Próxima Centauri, a estrela mais próxima da Terra. Em contraste, algumas estrelas estão tão distantes que, mesmo a essa velocidade, a luz levaria bilhões de anos para chegar. Realmente, o Universo é grande. Mas o Deus que o criou é muito maior, não em sentido físico, mas no sentido de que um artista é maior que sua criação. Não importa quão maravilhosa seja a música, a estátua, a pintura – tudo o que é criado existiu primeiro na mente do artista, que teve não apenas a noção do que criar mas a habilidade para criá-lo. Neste sentido, o criador é sempre maior que a criação. Ainda assim, o Criador de tudo onde vivemos, do próprio Universo, veio habitar conosco? O pensamento é opressivo. Claro, a associação mais próxima veio com Jesus, Emanuel, "Deus conosco". Porém, este estudo considera como Aquele que é maior do que tudo que foi criado escolheu habitar com aqueles que foram criados, isso é, no santuário terrestre. Uma Habitação Para Deus - I Reis 8:1-21 Deus sempre quis estar perto do Seu povo, mas, desde que Israel entrou em Canaã, Ele vinha habitando em estruturas humildes, em casas e tendas em Siló, Gibeon e Jerusalém. Envergonhado com o contraste com seu próprio palácio, o rei Davi sonhou em construir uma casa para o Senhor. Ele elaborou os planos e ajuntou material. Seu filho, Salomão, teve a honra de construí-lo. Salomão passou sete anos construindo o templo, uma estrutura magnífica de pedra e cedro, revestida de ouro (I Reis 6). Com grande pompa, os sacerdotes trouxeram a arca e a mobília do santuário ao templo. Como Deus respondeu a este presente de Seu povo? I Reis 8:10 e 11. Quanto tempo Salomão pretendia que o presente durasse?v. 13 "Tivesse Israel permanecido leal a Deus e este glorioso edifício teria permanecido para sempre, como perpétuo sinal de especial favor de Deus a Seu povo escolhido."(Profetas e Reis, pág. 46). O fracasso humano contrariou este propósito. Em sua totalidade, este propósito será cumprido quando a Nova Jerusalém descer para a Terra e Deus habitar com Seu povo para sempre (Apoc. 21:1-3). Salomão construiu o templo para o Nome do Senhor habitar (I Reis 8:17-20). Onde mais Deus põe Seu nome? Apoc. 14:1. O que quer dizer levar Seu Nome? Um nome não é uma simples etiqueta de identificação, mas uma expressão da natureza do seu portador. A plena expressão do caráter de Deus é dada em Jesus Cristo, que manifestou o nome de Deus (João 17:6 e 26). Tudo o que é chamado pelo nome de Yahweh é Sua possessão e está sob Sua autoridade e proteção. Deus quis que Seu caráter estivesse arraigado em Jerusalém, no templo e no Seu povo. "Ouve no Céu, Lugar da Tua Habitação" - I Reis 8:17-30 Embora o rei Davi tenha planejado construir um templo para o Senhor, Deus não quis assim. Ele disse a Davi que seu trabalho era unificar Israel e liderá-lo em batalha contra seus inimigos. Deus disse: "Não edificarás casa ao Meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue" (I Crônicas 28:3). Então, Ele deu a honra de construir um lugar permanente de adoração a seu filho Salomão (I Reis 8:16-20). Salomão e Davi não resistiram ao plano de Deus (veja II Sam. 7:27-29; I Reis 8:17-21). Às vezes, as pessoas querem fazer um grande trabalho para Deus, mas, por falta de experiência ou de capacidade, o Senhor dispõe que outros façam o trabalho. Em vez de resistir, Davi afastou-se e deixou a honra cair sobre Salomão. Como resultado, os dois ficaram muito satisfeitos. Em sua oração de dedicação, Salomão declarou que até o Céu não é grande o suficiente para conter Deus (I Reis 8:27). Apesar de Deus ser infinito, eterno e incompreensível para nós, Ele também está muito próximo, um amigo e companheiro pessoal que entrará em um relacionamento pessoal com Suas criaturas e que habita em santuários terrestres construídos para Ele. Porém, só quando reconhecemos a terrível majestade de Deus, é que podemos apreciar completamente as maravilhas da intimidade com Ele. "Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15). Qual era o sincero desejo de Salomão para si mesmo, para o povo e para o templo? I Reis 8:28-30 Por cinco vezes Salomão pediu que Deus "ouvisse", "atentasse" e mantivesse os olhos abertos. Às vezes, parece que Deus não está onde pensamos, que não ouve, que o Céu, Seu lugar de habitação, está distante. Oração Por Uma Nação Rebelde - I Reis 8:31-61 A oração de Salomão contém numerosos pedidos. Os primeiros são súplicas para que Deus faça justiça em favor daqueles que jurarem perante o Seu altar. Como nosso sistema judiciário seria melhor hoje, se seu objetivo fosse determinar a verdade, em lugar de obter um veredicto favorável para o rico e poderoso! O que Salomão pediu para os estrangeiros? A que distância ele esperava que se estendesse a influência de Israel? I Reis 8:41-43 O templo de Jerusalém deveria ser uma "casa de oração para todos os povos" (Isa. 56:7). O que este fato nos diz sobre as igrejas que tendem a discriminar as pessoas com base na identidade de classe ou etnia? Outras petições lidavam com as maldições do concerto (Lev. 26:14-39). Que tipos de calamidade Salomão previu em I Reis 8 que aconteceriam como resultado dos pecados de Israel? v. 33, 35 e 37 Elias invocou uma maldição do concerto quando declarou que não haveria nem orvalho nem chuva a não ser por sua palavra (I Reis 17:1). As freqüentes derrotas de Israel na guerra eram uma conseqüência do pecado. Quando uma cidade era sitiada, a população dentro dos muros estava sujeita a fome, doença e morte (8:37). Levítico 26:27, 28 e 33 afirma que um dos castigos para a rebelião continuada contra Deus seria o cativeiro estrangeiro (veja também I Reis 8:46). Deus foi paciente com Seu povo por centenas de anos. Então, o golpe temido caiu. Em 722 a.C., a Assíria levou cativo o reino do norte de Israel, e Babilônia surpreendeu o reino do sul, Judá, em 586 a.C. "Ouve Tu nos Céus, e Perdoa" - I Reis 8:23-61 A maior parte da história de Israel foi vivida sob a sombra da apostasia e das maldições resultantes. Mas, misturadas com as maldições, estavam as promessas de misericórdia para com aqueles que se arrependessem (Lev. 26:40-45). Foram essas promessas que Salomão utilizou em sua oração de dedicação. Que esperança existia para o povo de Deus quando eram cativos em uma terra estrangeira? I Reis 8:46-51 Daniel foi um daqueles cativos. Ele usou as próprias palavras da oração de Salomão quando confessou os pecados de seu povo e suplicou misericórdia (Dan. 9:4-19). Várias vezes, em sua oração, Salomão pediu que Deus perdoasse. Ele "reconhecia que todos os que enviam uma oração para o Céu precisam de perdão... . Salomão sabia que o perdão do pecado era o desejo sincero daqueles que oravam. Ele também sabia que a esperança humana de receber uma resposta às suas súplicas dependia grandemente da graça perdoadora de Deus." Por acaso o povo de Deus alguma vez estará livre da necessidade de perdão? A doutrina da perfeição é improdutiva – ela conduz ao orgulho ou ao desespero. A doutrina da imperfeição é satânica – ela conduz ao pecado presunçoso. Os filhos de Deus não precisam cometer atos de pecado, mas quanto mais próximos de Jesus eles chegarem, mais reconhecerão a pecaminosidade de sua natureza e sua constante necessidade de perdão. É um processo interessante: Quanto mais refletimos o caráter de Deus, mais obedecemos aos Seus mandamentos, mais percebemos nossa própria pecaminosidade e nossa necessidade de um Deus que nos perdoe, não com base em nossa própria justiça, mas na justiça de Deus. "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção" (Romanos 3:21 e 22). Embora unicamente a justiça de Cristo seja a condição para sermos aceitos por Deus, explique a importância da oração no processo de reconciliação com o Senhor depois de pecarmos. Que outras coisas, além da oração, estão envolvidas? I Reis 8:33, 38, 47 e 48. "Se o Meu Povo..." - II Crôn. 7:11-22 Como Deus respondeu à petição de Salomão? II Crôn. 7:1, 2, 12-16. O que a resposta ensina sobre a Sua atitude para com a oração? É uma grande emoção fazer contato com o Deus todo-poderoso – orar e receber uma resposta do Céu. O Senhor aceitou os passos de arrependimento que Salomão esboçou e prometeu graciosamente responder. Na conclusão dos serviços de dedicação do templo, a nação celebrou a Festa dos Tabernáculos, comemorando os anos em que Deus e Seu povo vagaram pelo deserto, vivendo em tendas. Agora, Deus tinha um lugar significativo de descanso com Seu povo, em sua própria terra. Eles tinham a grande alegria de estar em paz com Deus. Se tão-somente aquele "descanso" tivesse sido permanente! As celebrações de dedicação inspiraram o povo, e eles voltaram para casa, "alegres e de coração contente por causa do bem que o Senhor fizera a Davi, a Salomão e a Israel, seu povo" (II Crônicas 7:10). Que conselho e advertências especiais Deus deu a Salomão? II Crôn. 7:17-22 A história de Salomão apresenta um surpreendente retrato da fraqueza da natureza humana. A ilusão da riqueza, da fama e da associação com o mundo o atraíram passo a passo para longe de Deus. A maioria das pessoas pode suportar a adversidade. O verdadeiro teste do caráter vem quando experimentam a prosperidade. Salomão cometeu os próprios pecados que orou para não cometer. Ele viveu a maioria de seus anos longe de Deus. Quando recordou sua vida, verificou que tudo era "vaidade" (a palavra hebraica significa "vapor" ou "respiração"). Riqueza, prazer, trabalho pesado e realizações não lhe trouxeram qualquer satisfação (veja Ecles. 1; 2). Ele alcançou o topo da escada do sucesso apenas para descobrir que se havia apoiado na parede errada! Como isto podia acontecer com o homem mais sábio da Terra? O templo de Salomão foi o único exemplo de um lugar onde Deus gostava de habitar. Desde que o pecado separou de Deus a humanidade, Ele buscou maneiras de habitar conosco. Examine os textos seguintes para aprender quais são os outros templos de Deus: Êxo. 25:8; João 1:14; I Cor. 6:19 e 20; Apoc. 21:1-3. Mais um templo especial em que Deus quer morar é sua casa. Você pode planejar um culto especial de dedicação para convidar a presença de Deus. "De todo lar cristão deve resplandecer uma santa luz. O amor deve revelar-se nas ações. Deve promanar de toda a relação doméstica, mostrando-se em uma bondade meditada, em uma cortesia gentil, abnegada. Há lares em que esse princípio é praticado, lares em que Deus é adorado, e em que reina o mais verdadeiro amor. Destes lares as orações matutinas e vespertinas sobem a Deus como incenso suave, e Suas misericórdias e bênçãos descem sobre os suplicantes como o orvalho da manhã." É nosso privilégio dedicar a nós mesmos, nossas igrejas e nossas casas para ser um lugar da habitação de Deus. Podemos orar como Salomão: "Levanta-te, Senhor Deus, e entra para o Teu repouso!".